quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ranking histórico do Campeonato Alemão – 2014


Terminada a Copa do Mundo, feitas todas as análises, é hora de voltar à “rotina” dos rankings históricos. Por causa do Mundial, muitas dessas listas ainda não foram atualizadas com os resultados da última temporada.

Vejamos, então como ficou o Ranking Histórico do Campeonato Alemão, incluindo os resultados da Bundesliga 2013/4:

Pos
Time
Pontos
1
Bayern de Munique
3.318,4
2
Hamburg
2.194,6
3
Schalke 04
1.908,6
4
Borussia Dortmund
1.783,2
5
Nuremberg
1.688,8
6
Stuttgart
1.496,4
7
Werder Bremen
1.476,1
8
Köln
1.350,3
9
Kaiserslautern
1.250,3
10
Borussia Mönchengladbach
1.188,5
11
Hertha Berlim
1.054,8
12
Eintracht Frankfurt
997,1
13
Bayer Leverkusen
761,9
14
1860 Munique
526,7
15
VFB Leipzig
522,9
16
Fortuna Dusseldorf
516,0
17
Greuther Furth
499,0
18
Hannover 96
498,1
19
Dresdner
461,9
20
Karlsruher SC
457,3
21
Eintracht Braunschweig
436,0
22
Viktoria Berlin
425,8
23
Holstein Kiel
424,9
24
MSV Duisburg
323,4
25
Kickers Offenbach
318,0
26
Bochum
305,1
27
Wolfsburg
286,9
28
Duisburger SV
276,3
29
Karlsruher FV
258,3
30
Rot-Weiss Essen
195,0
35
Freiburg
162,3
54
Mainz 05
85,2
66
Hoffenheim
58,9
107
Augsburg
26,3
184
Paderborn
0,0
*Aparecem na lista os 30 primeiros colocados, mais as outras equipes que disputaram a Bundesliga na última temporada, além dos promovidos para a próxima edição.

O Bayern de Munique ganhou mais um título e lidera a lista de maneira cada vez mais folgada. Já o vice-campeão Borussia Dortmund segue se aproximando do Schalke, e este, do Hamburg. A tendência é que, em pouco mais de uma década, o “top 3” histórico fique igual aos três primeiros colocados desta temporada (Bayern, Dortmund e Schalke).

Não houve nenhuma mudança de posição entre as principais equipes alemãs. O clube mais bem ranqueado a subir foi o Wolfsburg, que superou o Duisburger e assumiu a 27ª colocação. Também subiram Freiburg (1 posição), Mainz (6), Hoffenheim (9) e Augsburg (27).

Para a próxima temporada, em termos de tradição, o saldo entre promoção e rebaixamento foi negativo. O Nuremberg, 5º colocado na lista, caiu pela terceira vez em 12 temporadas e será substituído pelo Köln – equipe também importante, mas que ocupa só a 8ª posição no ranking. O outro rebaixado, Eintracht Braunschweig, não tem tanta tradição, mas ainda assim é mais relevante que o Paderborn, que em 2014/5 jogará na elite da Bundesliga pela primeira vez. E a situação poderia ter sido ainda pior, se o Hamburg, vice-líder do ranking, tivesse perdido o playoff de rebaixamento contra o Greuther Furth (17º na lista).

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Quantos jogadores da Seleção de 2014 estarão em 2018?


Assim que o Brasil foi humilhado pela Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, publiquei uma análise sobre a necessidade de reformulação total (maisuma!) na Seleção. Agora, aprofundo a análise, com base em dados estatísticos das Copas do Mundo mais recentes.

Nos últimos seis Mundiais, a média de jogadores mantidos na Seleção Brasileira, em relação à Copa do Mundo anterior, foi de apenas 7,7. Confira:

Copa de 1994 (ficaram de 1990): Taffarel, Jorginho, Dunga, Branco, Romário, Aldair, Muller, Bebeto, Mazinho, Ricardo Rocha
Copa de 1998 (ficaram de 1994): Taffarel, Dunga, Bebeto, Cafu, Aldair, Leonardo, Ronaldo
Copa de 2002 (ficaram de 1998): Cafu, Roberto Carlos, Ronaldo, Rivaldo, Denilson, Dida
Copa de 2006 (ficaram de 2002): Cafu, Lúcio, Roberto Carlos, Ronaldo, Gilberto Silva, Ronaldinho Gaúcho, Ricardinho, Dida, Kaká, Rogério Ceni
Copa de 2010 (ficaram de 2006): Lúcio, Juan, Kaká, Luisão, Gilberto, Gilberto Silva, Júlio César, Robinho
Copa de 2014 (ficaram de 2010): Júlio César, Maicon, Daniel Alves, Thiago Silva, Ramires

Por essa lista, então, poderíamos esperar que 7 ou 8 dos 23 que deram vexame na Copa de 2014 ganhassem uma nova chance em 2018. No entanto, deve-se considerar que o time que o Brasil levou a campo no último Mundial estava envelhecido, fator que está diretamente ligado à renovação:

Equipe
Até 26 anos
A partir de 30 anos
Dif
Mantidos na Copa seguinte
Brasil-2014
7
8
-1
?
Brasil-2010
6
9
-3
5
Brasil-2006
8
10
-2
8
Brasil-2002
12
3
+9
10
Brasil-1998
8
6
+2
6
Brasil-1994
7
5
+2
7
Brasil-1990
13
2
+11
11

Assim, é de se esperar que haja uma mudança maior do que a média nos nomes da Seleção para a próxima Copa do Mundo. No entanto, a tabela acima também mostra que trocar nomes não necessariamente significa rejuvenescer a equipe. Basta verificar que o time de 2014 foi o que mais mudou jogadores, mas ao mesmo tempo é um dos que mandou a campo menos jovens.

Também é importante notar que o número de “jovens”, abaixo de 27 anos, foi menor que o de “veteranos”, acima de 30, pela terceira Copa do Mundo seguida. É um fato expressivo, considerando que o número de “trintões” nunca havia superado o de jovens na Seleção antes de 2006.

Com isso, fica clara a dificuldade recente de renovação do Brasil nesse período: os técnicos se veem pressionados a trocar jogadores, mas não encontram jovens talentos para as vagas. E, mesmo quando apostam em garotos, escolhem mal. Em 2010, por exemplo, Dunga convocou 6 atletas com menos de 27 anos para a Copa do Mundo. Desses, apenas 2 (Thiago Silva e Ramires) retornaram em 2014. Os outros 4 (Felipe Melo, Michel Bastos, Robinho e Nilmar) realmente não teriam a menor condição de serem chamados nos dias de hoje.

O pior é que o Brasil vai na contramão da tendência mundial. Na última Copa, a maioria das seleções trouxe times jovens. Confira:

País
Até 26 anos
A partir de 30 anos
Dif
Gana
16
1
+15
Bélgica
15
1
+14
Coreia do Sul
15
1
+14
Alemanha
15
3
+12
Austrália
15
4
+11
Nigéria
15
5
+10
Suíça
12
3
+9
México
14
6
+8
Colômbia
10
2
+8
Argélia
12
4
+8
Holanda
14
7
+7
Inglaterra
12
5
+7
Bósnia
11
4
+7
Camarões
12
6
+6
França
10
4
+6
Japão
11
6
+5
Equador
11
6
+5
Croácia
10
6
+4
Costa Rica
11
7
+4
Grécia
9
6
+3
Chile
9
7
+2
Espanha
9
7
+2
Costa do Marfim
9
7
+2
Itália
8
6
+2
Estados Unidos
10
8
+2
Rússia
9
7
+2
Brasil
7
8
-1
Honduras
6
7
-1
Argentina
7
8
-1
Uruguai
5
7
-2
Portugal
7
9
-2
Irã
8
11
-3

Das 32 equipes participantes, só duas (Honduras e Uruguai) trouxeram menos jogadores “jovens” (abaixo de 27 anos) que o Brasil, e somente duas (Portugal e Irã) trouxeram mais veteranos (a partir de 30 anos). Ou seja, pouquíssimos países vão ter que se renovar mais do que o Brasil.

Impressiona, também, perceber que a campeã Alemanha aparece com um dos elencos mais recheados de jovens do Mundial. Se quiser, Joachim Löw não precisará mudar mais que 3 nomes de seu elenco para 2018. Outros times com bom desempenho – Bélgica, Nigéria, México e Colômbia – também aparecem entre os que tiveram menor número de veteranos. Já as maiores decepções da Copa – Espanha, Itália, Brasil e Portugal – aparecem todas na parte mais baixa da lista. Na verdade, a única equipe que conseguiu um bom resultado em 2014 com um time relativamente velho foi a Argentina.

Será que em 2018 (ou mesmo 2022) o Brasil terá condições de montar uma equipe mais jovem? E, em caso afirmativo, será que haverá coragem para abrir mão de resultados imediatos para montar uma base mais sólida para o futuro? Tudo o que a CBF fez desde a surra frente à Alemanha, infelizmente, indica que não.