domingo, 28 de abril de 2013

Ranking histórico do Campeonato Francês


Muitas pessoas consideram que o Campeonato Francês é a liga européia mais parecida com o Brasileirão. Isso porque é um torneio em geral bastante equilibrado – tanto a cada temporada quanto historicamente, sendo que não há apenas 1 ou 2 “gigantes” com acentuado domínio.

Por isso, vale a pena montar o Ranking Histórico desse campeonato, para ver quais são os times mais bem-sucedidos. A metodologia do cálculo é a mesma dasoutras listas históricas. Vale dizer que só foi incluída na conta a era profissional (a partir de 1932/3), e ficaram de fora os torneios disputados na época da II Guerra Mundial (1939 a 1945).

Assim, o ranking histórico do Campeonato Francês é o seguinte (listados os 30 primeiros colocados, mais os outros times que disputam a 1ª divisão nesta temporada):

Pos
Time
Total
1
Olympique de Marselha
2.034,1
2
St. Etienne
1.788,2
3
Bordeaux
1.770,4
4
Monaco
1.679,4
5
Nantes
1.567,8
6
Lyon
1.473,3
7
Lille
1.338,9
8
Sochaux
1.106,7
9
Stade Reims
1.101,3
10
Nice
985,9
11
Paris St. Germain
984,6
12
Lens
941,4
13
Strasbourg
761,4
14
Metz
642,6
15
Auxerre
637,2
16
Racing Paris
608,2
17
Rennes
594,6
18
Toulouse
575,1
19
Nimes
574,4
20
Nancy
425,1
21
Montpellier
401,3
22
Sète
363,3
23
Valenciennes
318,0
24
Angers
305,2
25
Sedan
303,5
26
Bastia
288,2
27
Cannes
270,2
28
Roubaix
232,0
29
Rouen
215,8
30
Le Havre
209,8
37
Brest
100,0
38
Troyes
98,5
40
Ajaccio
84,5
42
Lorient
68,2
54
Evian
11,1

Embora não seja o maior campeão da história (posto que cabe ao St. Etienne), o Olympique de Marselha ficou em primeiro no ranking. Tal resultado é lógico, já que o OM é o único time francês que se manteve entre os melhores do país durante a maior parte da história – não por acaso, ganhou títulos em 5 décadas diferentes.

No entanto, a liderança dos marselheses é bem recente: eles só assumiram o 1º lugar em 2004. Antes, diversos outros times passaram pela ponta, os mais longevos sendo St. Etienne, Stade Reims, Lille e Sochaux. Isso comprova que o Campeonato Francês tem mesmo alto equilíbrio ao longo da história.

Por outro lado, a tendência é que o Olympique mantenha a liderança por bastante tempo. Além de ter uma vantagem de mais de 200 pontos para o 2º colocado, o OM vê seus perseguidores mais próximos longe das glórias passadas: o St. Etienne está longe da briga por títulos; já Monaco e Nantes nem estão hoje na primeira divisão. A exceção é o Bordeaux, que, mesmo assim, não parece ter fôlego para se aproximar dos marselheses.

E o Lyon, grande “papão” do século XXI? Seus 7 títulos seguidos o impulsionaram até a 6ª posição. No entanto, a pequena tradição anterior a esse período vitorioso ainda deixa o OL longe do topo da tabela. O mesmo vale para o Paris St. Germain, provável campeão desta temporada. Tendo estreado na 1ª divisão só em 1971 e com apenas 2 títulos no currículo, o PSG não é muito mais que um time médio, em termos de desempenho histórico – o que deve gradualmente mudar, graças aos milhões de euros vindos do Catar.

Com grande número de campeões e muita oscilação ao longo da história, não surpreende que tenhamos que descer até o 14º lugar para encontrar o melhor time que nunca ficou com a taça: o Metz, que nem se encontra na 1ª divisão. Aliás, prova dessa oscilação histórica é o fato de que 8 dos 20 times mais tradicionais do Francês hoje estão fora da elite. No caminho inverso, temos 5 times de pouquíssima tradição na Ligue 1: Evian, Lorient, Ajaccio, Troyes e Brest.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Domínio brasileiro na Libertadores


Terminada a primeira fase da Copa Libertadores, o Brasil conseguiu classificar 6 times para as oitavas-de-final do torneio – um recorde. Aliás, nos últimos 6 anos, apenas um clube brasileiro foi eliminado na primeira etapa do torneio: o Flamengo, em 2012.

Desde 2005, o Brasil sempre teve pelo menos 1 time na final da Libertadores. Foram 10 participações na decisão nesse período, número que só não é maior por causa da regra que força times do mesmo país a se enfrentarem na semifinal. Neste ano, a história deve se repetir, novamente com os brasileiros aparecendo como principais favoritos a ganhar o que seria o 4º título seguido do país – igualando o recorde histórico da competição.

Para piorar, em 2013, é perfeitamente possível, para São Paulo ou Atlético-MG, ser campeão sem enfrentar nenhum estrangeiro no mata-mata. Os dois times citados se encontram nas oitavas-de-final; quem passar pode jogar contra o Palmeiras nas quartas; depois, enfrentaria o Corinthians na semifinal; e, por último, encararia Fluminense ou Grêmio na decisão. Será que a Libertadores está virando uma espécie de “Copa do Brasil ampliada”?

Primeiro, vamos conferir se os brasileiros são assim tão imbatíveis. Desde 2000, quando a Libertadores passou a contar com 32 times, vejamos qual o aproveitamento das equipes de cada país na primeira fase:

País
Classificados
Eliminados
%
Brasil
63
8
88,7%
México
24
5
82,8%
Argentina
43
25
63,2%
Colômbia
22
18
55,0%
Uruguai
18
17
51,4%
Equador
16
22
42,1%
Paraguai
14
25
35,9%
Chile
14
27
34,1%
Venezuela
4
17
19,0%
Peru
6
31
16,2%
Bolívia
2
31
6,1%

Realmente, a primeira fase tem sido praticamente uma formalidade para os brasileiros, já que 8 de cada 9 times passaram dessa etapa (e isso porque a lista de eliminados inclui Juventude, Santo André e Paulista).

Por outro lado, na hora do mata-mata, a história não tem sido tão fácil para os brasileiros (dados a partir de 2000):

País
Classificados
Eliminados
%
Brasil
53
30
63,9%
Argentina
42
28
60,0%
Paraguai
12
12
50,0%
México
21
22
48,8%
Colômbia
13
21
38,2%
Uruguai
8
15
34,8%
Bolívia
1
2
33,3%
Chile
6
12
33,3%
Venezuela
2
4
33,3%
Equador
6
13
31,6%
Peru
0
5
0,0%
*Tabela não inclui confrontos entre duas equipes do mesmo país

Nota-se que, embora o Brasil ainda tenha o melhor aproveitamento dentre todos os países, sua vantagem sobre os outros não é tão grande assim – o índice de classificação não chega nem a 2/3. Ou seja, o domínio brasileiro deve-se não só à qualidade de nossos times (principalmente na fase de grupos), mas também à grande quantidade de representantes do País.

Para fechar, algumas curiosidades. O maior algoz de brasileiros, desde 2000, é disparado o Boca Juniors: já eliminou 9 vezes representantes do Brasil. Depois do gigante argentino aparece o Once Caldas, que bateu 3 brasileiros. Do outro lado da moeda, os times nacionais que mais vezes foram eliminados por estrangeiros são Cruzeiro e Grêmio – 4 vezes cada um.