domingo, 26 de fevereiro de 2012

Ranking histórico do Campeonato Italiano

Depois de apresentar os rankings históricos dos Campeonatos Brasileiro, Inglês, Espanhol, Argentino e até Paulista, agora é a vez de apresentar o ranking do Campeonato Italiano.

Antes, algumas explicações sobre a metodologia. Em geral, o critério para elaboração da lista foi o mesmo dos outros rankings. Mas a Itália tem algumas particularidades. Até 1926, as primeiras fases do campeonato eram regionalizadas, e só em 1930 é que passou a existir uma primeira divisão disputada por pontos corridos.

Para definir a classificação nesses primeiros anos, as diversas regiões foram tratadas como se fossem grupos de um torneio único. Por exemplo, se 2 times passaram para a final nacional, os vice-campeões de cada região brigarão pela 3ª posição, de acordo com seu índice de aproveitamento na fase em que foram eliminados. Repete-se o mesmo método para definir 4º, 5º, 6º... até o último colocado. No ranking, foram incluídos todos os times que aparecem nas listas da RSSSF.

Outra decisão difícil foi relativa às numerosas fusões que ocorreram ao longo da história, na Itália. Em geral, foi seguida a seguinte regra:

- Se, na fusão, o nome principal de um dos times foi mantido, então o novo clube mantém a pontuação desse time (ou seja, como se esse clube só tivesse mudado de nome);

- Se um dos times que se fundiram tem muito mais tradição que os outros, então o novo clube mantém a pontuação desse time (ou seja, como se esse clube só tivesse mudado de nome);

- Se os clubes que se fundiram têm mais ou menos a mesma importância e o novo time adotou um nome diferente, então sua pontuação começa do zero (ou seja, considera-se que um novo clube foi criado).

Na medida do possível, tentei rastrear todas as mudanças de nomes e fusões de equipes. Para os times mais importantes, que foram campeões nacionais, e para os médios em geral, os dados são bastante confiáveis. Entre os nanicos, pode haver algumas falhas – mas que dificilmente teriam algum impacto entre os 50 primeiros colocados deste ranking.

Feitas as observações, segue abaixo a lista com os 30 times mais tradicionais do Campeonato Italiano (mais os outros que atualmente estão na Série A):

Pos.
Time
Pontos
1
Juventus
4.903,2
2
Milan
3.950,1
3
Internazionale
3.814,3
4
Torino
2.083,6
5
Genoa
1.962,8
6
Bologna
1.921,2
7
Roma
1.883,3
8
Fiorentina
1.589,0
9
Lazio
1.537,1
10
Napoli
1.479,1
11
Pro Vercelli
942,1
12
Sampdoria
845,8
13
Atalanta
512,0
14
Udinese
508,3
15
Cagliari
462,2
16
Vicenza
449,3
17
Verona
439,7
18
Parma
385,0
19
Livorno
332,7
20
Andrea Doria
307,0
21
Triestina
281,5
22
Alessandria
280,3
23
Palermo
277,5
24
Padova
263,7
25
Brescia
262,5
26
US Milanese
252,2
27
Bari
249,2
28
Modena
238,4
29
Casale
236,1
30
Venezia
228,9
33
Novara
182,7
40
Catania
118,9
45
Chievo
104,7
46
Lecce
103,1
50
Cesena
96,3
65
Siena
53,1

Nota-se que, na Itália, a Juventus reina absoluta: ocupa o primeiro lugar desde 1950 e, hoje, tem quase 1.000 pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Bem mais interessante é a disputa pela vice-liderança, que a Inter poderia tirar do rival Milan com duas boas temporadas.

Mais abaixo, aparecem três forças do passado, com pouca expressão hoje: Torino, Genoa e Bologna. Parece questão de tempo (5 a 10 anos, talvez) até que a Roma os supere e assuma o 4º lugar.

Entre as curiosidades, chama a atenção o desempenho da Atalanta. Em 13º lugar, com 512 pontos, é o melhor time que nunca foi campeão. A surpresa é que o time de Bérgamo também nunca ficou em 2º, 3º nem 4º lugar (e em 5º só uma vez, em 1947/8). Graças a sua regularidade – são 55 temporadas na primeira divisão –, conseguiu ficar à frente de clubes que já foram campeões, como Cagliari e Verona, e de outros que já ficaram com o vice, como Udinese e Parma.

Para quem torce pela tradição, os mais indicados para subir para a Série A neste ano seriam Torino, Sampdoria e Vicenza (o Pro Vercelli, em sua nova “encarnação”, está na terceira divisão). Para cair, os que fariam menos falta seriam Siena, Cesena e Lecce.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Holanda é a verdadeira casa do futebol ofensivo

Há algumas semanas, publiquei uma lista com as médias de gols dos 20 principais campeonatos de futebol em 2011. Para avaliar quais desses resultados foram flutuações pontuais e quais são realmente representativos, trago agora a média dos últimos 10 anos para os 12 torneios mais importantes (10 nacionais, mais Liga dos Campeões e Libertadores).

Veja as médias de gols dos principais campeonatos do mundo, de 2002 até 2011:

Pos.
Campeonato
Média de gols
1
Holandês
2,995
2
Alemão
2,851
3
Japonês
2,843
4
Brasileiro
2,814
5
Libertadores
2,662
6
Espanhol
2,643
7
Inglês
2,613
8
Italiano
2,584
9
Liga dos Campeões
2,579
10
Argentino
2,449
11
Português
2,409
12
Francês
2,272

Comparando essa tabela com as médias de 2011, percebe-se que os resultados principais não diferem muito. A Holanda continua disparada em primeiro lugar, seguida pela Alemanha. França, Portugal e Argentina seguem como os três últimos, mas, na série histórica, são os franceses que ficam na lanterna – e por larga margem.

Entre as principais mudanças, o Brasil subiu de 7º para 4º, mostrando que o País tem, sim, um campeonato mais ofensivo que a média – mas é possível encontrar futebol de qualidade com ainda mais gols na Alemanha. Por outro lado, a Liga dos Campeões, que teve média alta em 2011 (a 3ª maior entre os 12), na série histórica é apenas a 9ª colocada.

A título de curiosidade, vale mencionar que o campeonato mais regular em termos de média de gols é o Italiano, variando entre 2,51 e 2,67 na década – desvio padrão de 0,049. No outro extremo, a Libertadores foi o torneio que mais oscilou, apresentando desvio padrão de 0,209.

No entanto, há um dado ainda mais interessante. Entre todas as 120 edições pesquisadas, a que teve maior média de gols foi a do Campeonato Holandês de 2010/1, com 3,225. A média mais baixa também aconteceu no último ano, no Apertura argentino: 1,963. E o fato de os dois extremos terem sido alcançados no último ano não é mera coincidência, mas isso é assunto para o próximo texto.