domingo, 29 de julho de 2012

Ranking histórico do Campeonato Argentino – 2012

Fechando a série de atualizações de listas históricas, apresento aqui o novo ranking do Campeonato Argentino, incluindo os resultados do Apertura-2011 e do Clausura-2012. Confira:

Pos
Time
Total
1
River Plate
6.485,5
2
Boca Juniors
5.721,1
3
Independiente
4.127,9
4
San Lorenzo
3.885,6
5
Racing
3.743,1
6
Vélez Sarsfield
2.965,7
7
Estudiantes
2.639,5
8
Huracán
2.188,5
9
Newell's Old Boys
1.893,1
10
Rosario Central
1.804,7
11
Gimnasia y Esgrima (La Plata)
1.599,6
12
Lanús
1.409,7
13
Argentinos Juniors
1.378,9
14
Ferro Carril Oeste
1.296,2
15
Banfield
1.152,9
16
Alumni
1.145,0
17
Platense (Vicente López)
1.034,3
18
Quilmes
991,7
19
Chacarita Juniors
828,2
20
Lomas Athletic
822,2
21
Belgrano Athletic
768,1
22
Colón
725,9
23
Atlanta
685,8
24
Talleres (Córdoba)
581,0
25
Unión (Santa Fe)
546,0
26
Tigre
524,4
27
Porteño
508,5
28
San Isidro
439,8
29
Estudiantes (Capital)
430,1
30
Estudiantil Porteño
376,6
31
Arsenal
329,5
33
Belgrano (Córdoba)
308,7
41
All Boys
209,3
51
Godoy Cruz
145,1
53
Olimpo
133,0
83
San Martín (San Juan)
33,9
84
Atlético Rafaela
33,0

A mudança de posições mais significativa, nesta temporada, foi a do Banfield, que assumiu o 15º lugar. O Arsenal de Sarandí, graças a seu 1º título, subiu 7 colocações, tornando-se o 31º da lista. Os times que mais ganharam posições, não por acaso, foram os dois menores da elite: San Martín e Atlético Rafaela subiram 24 lugares cada – mas mesmo assim ainda não estão nem entre os 80 times mais importantes da história.

Na Segundona, o River Plate fez o que se esperava dele e retornou à primeira divisão. Assim, a Argentina deixa de ter o líder do ranking histórico fora da elite. O outro promovido é o Quilmes, que tem boas chances de se tornar o 18º time argentino a superar a marca dos 1.000 pontos – nenhum outro país tem tantas equipes nesse patamar.

As equipes que caíram nesta temporada foram o Banfield, clube bastante tradicional, e o pequeno Olimpo. Em 2012/3, há grandes chances de um time grande ser rebaixado, já que as três equipes que começam o campeonato na lanterna da “tabla de promedios” (com exceção dos dois recém-promovidos) estão no “top 10” histórico: San Lorenzo, Newell’s e Independiente.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Quadro de medalhas alternativo da Olimpíada de Pequim-2008

Na época dos Jogos Pan-Americanos, publiquei aqui no blog uma reflexão sobre a maneira como os quadros de medalhas distorcem o desempenho dos países em eventos como as Olimpíadas. Já que os Jogos de Londres começam no próximo fim de semana, retorno ao assunto, com as devidas atualizações.

O fato é que os quadros de medalhas das Olimpíadas são apresentados pela imprensa como se fossem a classificação de um campeonato de futebol. Mas essa analogia não é correta. Embora apresente o quadro em seu site, o Comitê Olímpico Internacional não o trata como uma “competição”, não dá nenhum prêmio ao “campeão”, nem enfatiza o resultado final. Ou seja, ninguém pode dizer que a China “foi campeã” da última Olimpíada.

Mesmo assim, pelo seu destaque, o quadro de medalhas acaba sendo um termômetro da evolução do esporte olímpico brasileiro. Só que é um termômetro muito viesado. O motivo é simples: esportes individuais, em geral, “rendem” muito mais medalhas que esportes coletivos. Assim, um país com grandes nadadores pode ganhar 34 medalhas de ouro; já uma nação com grandes jogadores de futebol ganha só 2. É por isso que a Jamaica, que só se destaca no atletismo (em corridas de curta distância), fica à frente de países com participação muito mais importante nos Jogos, como Espanha e Canadá.

Para amenizar essa distorção, criei um novo ranking. Em vez de distribuir três medalhas (ouro, prata e bronze) para cada modalidade, atribuo três para cada esporte. O cálculo é o seguinte: em cada esporte (futebol, tênis, atletismo, natação, etc.), monta-se um quadro de medalhas. Para o primeiro colocado nessa “sub-lista”, atribui-se 1 ouro no quadro geral; para o segundo, 1 prata; e para o terceiro, 1 bronze. Assim, um país que domina a ginástica olímpica (no caso, a China) ganha 1 medalha de ouro, do mesmo jeito que o melhor país no basquete (Estados Unidos).

De acordo com esse método, o quadro de medalhas da Olimpíada de 2008 seria o seguinte (critérios de ordenamento: 1- ouros; 2- pratas; 3- bronzes; 4- posição no quadro de medalhas convencional):

Pos
País
Ouro
Prata
Bronze
Total
Variação
1
China
7
3
4
14
=
2
Estados Unidos
6
4
4
14
=
3
Rússia
4
2
4
10
=
4
Alemanha
4
2
1
7
+1
5
Coreia do Sul
3
2
1
6
+2
6
Reino Unido
3
0
1
4
-2
7
Japão
2
1
1
4
+1
8
França
2
1
0
3
+2
9
Holanda
2
0
0
2
+3
10
Austrália
1
5
1
7
-4
11
Brasil
1
1
1
3
+12
12
Hungria
1
0
1
2
+9
13
Noruega
1
0
0
1
+9
14
Argentina
1
0
0
1
+21
15
Espanha
0
3
3
6
=
16
Itália
0
1
1
2
-7
17
Eslováquia
0
1
0
1
+9
18
Cuba
0
1
0
1
+10
19
México
0
1
0
1
+17
20
Indonésia
0
1
0
1
+22
21
Cingapura
0
1
0
1
+49
22
Canadá
0
0
3
3
-3
23
Ucrânia
0
0
1
1
-12
24
Quênia
0
0
1
1
-11
25
Rep. Tcheca
0
0
1
1
-1
26
Geórgia
0
0
1
1
+1
27
Cazaquistão
0
0
1
1
+2
28
Portugal
0
0
1
1
+18
29
Lituânia
0
0
1
1
+27
30
Islândia
0
0
1
1
+40
31
Jamaica
0
0
0
0
-17
*Brasil: ouro no vôlei (junto com EUA), prata no vôlei de praia (junto com a China) e bronze no futebol
Comparando este quadro de classificação com o quadro tradicional, nota-se que a China manteve o primeiro lugar, mas sua vantagem para os Estados Unidos foi muito menor. Isso mostra como os chineses, deliberadamente, fomentaram o desenvolvimento de esportes que distribuem muitas medalhas, para “turbinar” seu resultado em casa.

Quem se dá muito bem nesta classificação nova é o Brasil, que sobe de 23º para 11º lugar. Tal variação tem lógica, já que o País é mais forte em esportes coletivos. Argentina, México e Indonésia também deram grandes saltos, entrando no “top 20” olímpico. Entre os perdedores, o maior é a Jamaica, que cai do 14º para o 31º lugar – variação mais que justificada, a meu ver. Ucrânia, Quênia e Itália também estão entre os mais “prejudicados” com o novo critério.

É inegável que este novo método tem defeitos. A maneira de separar os esportes não é consenso: por exemplo, muitos consideram beisebol e softbol como uma coisa só; outros juntam vôlei com vôlei de praia; em alguns lugares, ginástica “artística” e ginástica “rítmica” são esportes diferentes. Para montar o quadro acima, usei a divisão de esportes feita pela Wikipédia.

Outro problema é que esta classificação prejudica países que têm bons atletas em vários esportes, mas não chegam a ter domínio em nenhum. É o caso, por exemplo, de Ucrânia, Itália e Bielorrússia. A ocorrência de empates em muitos esportes (foram 6, na primeira colocação) também distorce um pouco os resultados.

Mesmo assim, a divisão por esporte é mais representativa que a tradicional, por modalidades, e torna mais claro quais países são realmente “potências olímpicas”. Considerando-se não só a posição na tabela, mas também o total de “medalhas”, só há três forças incontestáveis: Estados Unidos, Rússia e China. Em um segundo patamar, pode-se incluir Alemanha, Coreia do Sul, Reino Unido, Japão e, talvez, Austrália. Outros países, como o Brasil, destacam-se apenas em esportes isolados.

Ainda sobre os quadros de medalhas “alternativos”, publiquei mais dois textos no blog, em 2011. Neste texto, mostro o ranking para os Jogos Pan-Americanos de 2011 e, neste outro, apresento o quadro do Pan-2007. Ao final da Olimpíada, também publicarei o quadro de medalhas dos Jogos de Londres.