domingo, 31 de julho de 2011

10 estreantes para 2014

Aproveitando o sorteio das Eliminatórias para a Copa do Mundo, proponho aqui um desafio: tentar adivinhar quais são as seleções que farão sua estréia em Mundiais em 2014.

É um desafio bem difícil, já que não há escolhas óbvias, e todos os candidatos são, em maior ou menor grau, zebras – afinal de contas, 76 países já disputaram Copas do Mundo. Mesmo assim, todas as edições do Mundial tiveram estreantes, e a próxima não deverá ser exceção.

Desde 2002, eu tenho feito esse exercício de futurologia. No último Mundial, até que me saí bem: o único estreante, a Eslováquia, figurava em 5º lugar na minha lista.

Bom, vejamos quais são os favoritos para “estrear” em 2014, com breves justificativas para as escolhas (lembrando que este ranking é puramente subjetivo):

1. BURKINA FASSO
É o quarto melhor time africano no ranking da FIFA e esteve na briga por uma vaga na última Copa. Caiu num grupo muito fácil nas eliminatórias. Se não der azar (ou amarelar) no playoff decisivo, disputará seu primeiro Mundial em 2014.

2. BÓSNIA
Chegou até a repescagem nas últimas Eliminatórias e, desta vez, caiu no grupo mais fácil da Europa, que tem Grécia e Eslováquia como “favoritos”. Não precisa de nenhum milagre para carimbar o passaporte.

3. UZBEQUISTÃO
Nas últimas duas Eliminatórias (especialmente em 2006), chegou perto de se classificar. Não tem um timaço, mas ficou em 4º lugar na última Copa da Ásia – o que seria suficiente para levá-lo ao Mundial. Tem um grupo difícil na primeira fase, com Japão, Síria e Coreia do Norte. Se passar, ganha embalo e chega à fase final com boas chances.

4. VENEZUELA
Em franca ascensão, a Vinotinto se beneficia do fato de o Brasil não disputar as Eliminatórias, abrindo mais uma vaga para os sul-americanos. Se engatar uma boa sequência de resultados, conseguirá melhorar duas posições em relação ao torneio anterior e beliscar uma vaga na repescagem.

5. MONTENEGRO
Tem o melhor ranking FIFA entre os times que nunca estiveram numa Copa, ocupando o 17º lugar. Alcançou excepcionais resultados nas atuais Eliminatórias para a Eurocopa, mas caiu em um grupo difícil no qualificatório para o Mundial, tendo que superar Inglaterra, Ucrânia e Polônia.

6. JORDÂNIA
Seria uma grande surpresa ver a Jordânia em uma Copa do Mundo. Mas o país chegou até as quartas-de-final na última Copa da Ásia e tem um grupo muito fácil na primeira fase das Eliminatórias. Então, por que não?

7. PANAMÁ
Enfrenta um longo caminho até a Copa do Mundo, tendo que passar por duas fases antes do hexagonal final – no entanto, não caiu em grupos difíceis. Não é favorito para ficar com uma vaga, mas o fato de ter chegado à semifinal da Copa Ouro mostra que vir para o Brasil em 2014 não é um sonho impossível.

8. LITUÂNIA
Está longe de ser favorita, mas caiu no grupo moleza da Europa, junto com a Bósnia. Se engatar uma boa sequência de jogos, tudo é possível.

9. GABÃO
Regularmente, tem se classificado para a CAN e ficado perto de vagas para o Mundial. Se a Burkina Fasso bobear, é o Gabão que passa de fase. Depois, em um mata-mata de dois jogos, só precisaria de um pouco de sorte para vir ao Brasil.

10. BOTSUANA
É difícil imaginar Botsuana numa Copa do Mundo. Mas o país até que vem conseguindo bons resultados e caiu em um grupo liderado pela frágil África do Sul. Com sorte, pode avançar.

Bom, esses são meus palpites. Lembro que não considero essas equipes favoritas, muito menos acredito que teremos dez estreantes (meu palpite seria no máximo 3). Mas, entre os que nunca foram para um Mundial, são os que tem melhores chances. E você, concorda com a lista? Deixe seu “top 10” nos comentários deste post, para daqui a dois anos vermos quem acertou as previsões!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

10 Copas Américas – atualização

Encerrada a Copa América na Argentina, vale a pena atualizar o ranking de desempenho dos países participantes, levando em conta o desempenho nas últimas 10 edições da competição.

Assim, saem do ranking os resultados da Copa América de 1987 e entram os do torneio disputado neste ano. Vejam a classificação:

Pos
País
Pontos
Variação
1
Brasil
649,2
-7,5
2
Uruguai
431,1
0,0
3
Argentina
396,8
-10,7
4
Colômbia
293,6
-16,7
5
México
239,3
8,3
6
Paraguai
201,8
38,9
7
Chile
163,3
-30,0
8
Peru
163,0
16,7
9
Bolívia
144,2
-5,2
10
Equador
132,3
-2,5
11
Venezuela
116,0
15,0
12
Costa Rica
53,6
11,1
13
EUA
41,7
-
14
Honduras
33,3
-
15
Japão
10,0
-

Como o Uruguai também havia sido campeão em 1987, sua pontuação não mudou. Os grandes ganhadores foram os outros semifinalistas: Paraguai, Peru e Venezuela. A maior perda foi do Chile, vice em 1987 e quinto colocado neste ano. Em termos de posições no ranking, só duas mudanças: o Paraguai ultrapassou o Chile, e o Peru superou a Bolívia.

Embora tenha perdido poucos pontos, o Brasil fez sua pior Copa América dos últimos tempos, ficando em 8º lugar. A Argentina, em 7º, repetiu a campanha do Peru (2004), como pior anfitrião.

Veja abaixo o resultado do ranking das 10 últimas Copas Américas, em forma de gráfico:

sábado, 23 de julho de 2011

Evolução histórica do equilíbrio na Inglaterra

Deixando a Copa América de lado, vamos fazer uma nova análise sobre a história do Campeonato Inglês. A idéia, aqui, é calcular o índice de equilíbrio para cada edição do torneio desde 1888. O resultado é revelador.

No gráfico abaixo, vemos a média dos índices de equilíbrio para cada década:


Como padrão de comparação, lembro que nenhum campeonato importante, nesta temporada, teve equilíbrio superior a 67% (e o pior teve 45%).

Fica clara a tendência de crescimento do equilíbrio até a II Guerra Mundial. Daí em diante, o equilíbrio vai caindo lentamente, até despencar na primeira década deste século.

A tendência fica ainda mais clara no gráfico ano a ano:

A linha azul indica o equilíbrio de cada temporada, e a preta é a linha de tendência, calculada com ferramentas estatísticas do Excel (regressão polinomial de ordem 4, com r² = 0,625).

Embora a polarização dos campeonatos seja uma tendência mundial que já vem de longa data, impressiona a maneira como ela se acelerou na Inglaterra, na década passada – tanto que o Inglês deixou de ser um dos mais equilibrados do mundo para ficar entre os mais polarizados.

Tão forte é essa tendência recente que os quatro campeonatos menos equilibrados entre as 112 edições do Inglês já disputadas aconteceram entre 2005/6 e 2009/10.

Um sopro de esperança, por outro lado, foi o último Campeonato Inglês. A edição 2010/1 teve índice de equilíbrio de 62%, o mais alto desde 1997/8. Vejamos o que acontecerá nos próximos anos.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Quatro pênaltis perdidos!

A eliminação do Brasil frente ao Paraguai na Copa América aconteceu com um feito histórico: a Seleção conseguiu perder QUATRO pênaltis na disputa final. Nunca na história deste país isso havia acontecido.

Antes deste domingo, o Brasil havia participado de 9 disputas de pênaltis, com um bom retrospecto de 6 vitórias (Itália, 2 Argentina, Holanda e 2 Uruguai) e 3 derrotas (França, Argentina e Uruguai). A Seleção vinha de uma seqüência de 4 vitórias nesse tipo de decisão. 

Para se ter uma dimensão da ruindade em solo argentino, em sua história, o Brasil em 3 ocasiões converteu todas as cobranças; 4 vezes, a Seleção perdeu uma; 2 vezes, desperdiçou dois chutes. Perder três pênaltis, nunca havia acontecido; quatro, então, nem pensar.

Uma curiosidade: os 12 pênaltis perdidos foram desperdiçados por 12 jogadores diferentes.

Nos principais torneios de seleções, nunca ninguém tinha dado o vexame de perder quatro cobranças. Mas alguns já chegaram perto, com 3 erros. Em Copas do Mundo, fizeram isso Iugoslávia (1990), México (1994), Itália (1994), Irlanda (2002), Suíça (2006, a única a perder todas as cobranças) e Inglaterra (2006). Em Eurocopas, foi só a Holanda, em 2000. Em Copas Américas, 3 pênaltis foram perdidos por Equador (1997) e Uruguai (2007).