segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Ranking histórico do Campeonato Argentino – 2016

Desde que a AFA anunciou a expansão da primeira divisão argentina, aumentando o número de times de 20 para 30, o futebol do país virou uma bagunça (maior que a habitual). Assim, no segundo semestre de 2014, tivemos um “torneio de transição”, ainda com 20 clubes, seguido por um novo campeonato em 2015, em turno único, já com 30 equipes (formato já abandonado em 2016, com os times divididos em dois grupos).

Com a confusão de datas e calendários, acabei não atualizando o Ranking Histórico do Campeonato Argentino no último ano, atraso que corrijo agora. A lista atual, em relação à última divulgada, acrescenta os resultados do torneio “de transição” de 2014 e do campeonato de 2015.

Pos
Time
Total
1
River Plate
6.677,5
2
Boca Juniors
5.916,5
3
Independiente
4.178,8
4
San Lorenzo
4.069,7
5
Racing
3.898,9
6
Vélez Sarsfield
3.128,5
7
Estudiantes
2.723,3
8
Huracán
2.192,9
9
Newell's Old Boys
1.991,0
10
Rosario Central
1.867,2
11
Gimnasia y Esgrima (La Plata)
1.644,2
12
Lanús
1.545,1
13
Argentinos Juniors
1.402,4
14
Ferro Carril Oeste
1.296,2
15
Banfield
1.171,2
16
Alumni
1.145,0
17
Platense
1.034,3
18
Quilmes
1.028,5
19
Chacarita Juniors
828,2
20
Lomas Athletic
822,2
21
Belgrano Athletic
768,1
22
Colón
758,2
23
Atlanta
685,8
24
Talleres (Córdoba)
581,0
25
Tigre
570,0
26
Unión (Santa Fe)
558,1
27
Porteño
508,5
28
San Isidro
439,8
29
Estudiantes (Capital)
430,1
30
Arsenal
386,7
32
Belgrano (Córdoba)
373,0
35
Nueva Chicago
301,6
44
Godoy Cruz
197,2
45
Temperley
192,4
50
Olimpo
160,5
61
Atlético Tucumán
99,1
68
Atlético Rafaela
69,5
75
San Martín (San Juan)
46,9
91
Sarmiento (Junín)
26,4
100
Aldovisi
21,0
118
Defensa y Justicia
10,3
136
Patronato
5,3
151
Crucero del Norte
3,3

O Racing, campeão do torneio de transição e 4º colocado em 2015, foi o time que ganhou mais pontos (125), mas nada que alterasse muito sua situação – ainda faltam 171 pontos para ultrapassar o 4º colocado San Lorenzo. Já o Boca Juniors, campeão da última edição, ainda está a anos-luz (761 pontos) de alcançar o arquirrival River Plate.

Mudanças de posição, mesmo, só vamos encontrar fora do “top 20”. A primeira troca ocorreu no 25º lugar, onde o Tigre ultrapassou o Unión de Santa Fe. Também subiram Arsenal (1 posição), Godoy Cruz (2), Olimpo (2), Atlético Rafaela (3), San Martín (4), Sarmiento (7) e Aldovisi (9), além dos estreantes Defensa y Justicia e Crucero del Norte (este, já rebaixado, junto com o Nueva Chicago).

Para a temporada atual, as novidades na primeira divisão argentina são o Patronato, que só disputou o campeonato uma vez, em 1978, e o Atlético Tucumán, que não é nenhum gigante, mas ainda assim tem mais “tradição” que outras 6 equipes da elite. Na Segundona, as opções mais tradicionais para a promoção são Ferro Carril Oeste (14º no ranking) e Chacarita Juniors (19º).

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Jogadores naturalizados em seleções da África

Semana passada, publiquei um post mostrando que em algumas seleções da Ásia a quantidade de jogadores estrangeiros era muito alta, a ponto de desvirtuar o próprio propósito do futebol de seleções. No entanto, esse não é um fenômeno que atinge apenas esse continente. Na África, o número de estrangeiro em seleções também é impressionante.

Vale lembrar que, neste levantamento, é considerado “estrangeiro” todo jogador nascido fora do território do país que defende. Para referência, também foram contados os atletas que, além de não terem nascido no país, sequer jogam na liga local. A lista dos jogadores de cada seleção é a disponível no site Transfermarkt, que também é a fonte dos locais de nascimento dos atletas. Com esses critérios, o número de estrangeiros no futebol de seleções da África é o seguinte:

País
Elenco
Nascidos fora
Nascidos e atuam fora
Origens*
Comores
44
20
20
França
Argélia
26
16
16
França
Marrocos
27
13
13
França, Holanda
Benin
34
13
13
França, Costa do Marfim
Guiné Equatorial
21
12
11
Espanha, Camarões
Mali
26
11
11
França
RD Congo
35
11
11
França
Congo
25
10
10
França
Angola
31
9
5
Bélgica, Portugal, Suíça
Togo
31
8
8
França
Cabo Verde
26
7
7
Portugal, Holanda
Gana
25
6
6
Alemanha, França, Inglaterra
Rep. Centro-Africana
37
6
6
França
Burkina Fasso
29
5
5
Costa do Marfim
Madagascar
33
5
5
França
Gabão
25
4
4
França
Costa do Marfim
26
4
4
França
Chade
16
3
3
Bélgica
Níger
25
3
3
-
Mauritânia
29
3
3
França
Ilhas Maurício
29
3
3
França
Camarões
31
3
3
França
Guiné Bissau
31
3
3
-
São Tomé e Príncipe
34
3
3
Portugal
Etiópia
28
3
2
-
Moçambique
23
2
2
-
Nigéria
25
2
2
-
Guiné
26
2
2
França
Líbia
17
1
1
-
Burundi
29
1
1
-
Djibuti
30
1
1
-
Sudão do Sul
31
1
1
-
Serra Leoa
32
1
1
-
Libéria
33
1
1
-
Gâmbia
40
1
1
-
Eritreia
42
1
1
-
Tunísia
23
1
0
-
Ruanda
13
0
0
-
Senegal
18
0
0
-
Namíbia
19
0
0
-
Zâmbia
23
0
0
-
África do Sul
24
0
0
-
Egito
25
0
0
-
Suazilândia
25
0
0
-
Uganda
28
0
0
-
Zimbábue
28
0
0
-
Sudão
29
0
0
-
Lesoto
31
0
0
-
Somália
31
0
0
-
Malaui
32
0
0
-
Seychelles
32
0
0
-
Botsuana
36
0
0
-
Tanzânia
38
0
0
-
Quênia
45
0
0
-
*Estão discriminados apenas países onde tenham nascido pelo menos 2 jogadores da seleção

Na média, o número de estrangeiros na África é maior do que na Ásia. Sete seleções têm em seu elenco mais de 10 jogadores nascidos fora de seu território – Comores alcança a proeza de contar com 20 estrangeiros.

EXTREMOS: Argélia conta com 16 jogadores nascidos
fora do país; Egito não tem nenhum
Assim como no caso da Ásia, é preciso lembrar que a tabela acima deve ser analisada com cuidado. Entre os jogadores estrangeiros há casos que vão desde a evidente picaretagem até situações bem aceitáveis de atletas com ascendência africana que nasceram na Europa, mas decidiram defender o país de sua família. E é isso o que parece acontecer aqui, na maioria das vezes. Com base nos sobrenomes e nos biótipos dos jogadores, pode-se dizer que a imensa maioria dos estrangeiros têm raízes na África.

Uma coisa que salta aos olhos na lista é a proeminência de jogadores de seleções da África que nasceram na França – são mais de 100. A explicação para isso passa pelo passado colonial da África (mais de 20 países do continente foram colônias da França) e pelo enorme contingente de africanos (e seus descendentes) que moram na França. Esse é mais um argumento para acreditar que a maioria das naturalizações em seleções da África não são fruto de picaretagem total (como o caso dos brasileiros na Guiné Equatorial, em um passado recente).

Mesmo assim, seria positivo uma maior clareza e transparência sobre as regras que permitem a um estrangeiro defender determinada seleção. Mesmo que haja relação familiar, ter um elenco que conta com 13 jogadores que nunca sequer moraram no país (como parece ser o caso, por exemplo, da seleção de Benin) não deixa de ser estranho – ainda mais se considerarmos que, se tivessem a chance de jogar pela seleção francesa, a maioria preferiria o país europeu. E é por isso que, quando assistimos a alguns jogos da Copa Africana, ficamos com a sensação de estar vendo um amistoso entre Combinado da França A x Combinado da França B.