segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O céu e o inferno dos empates nas copas continentais


Vamos fazer uma pequena pausa antes de divulgar a última parte do Novo Ranking de Seleções 2015. Isso porque, em janeiro, estão acontecendo dois torneios continentais: a Copa Africana de Nações e a Copa da Ásia. E, em ambos, há uma curiosidade que não poderia passar despercebida.

Na África, o segundo classificado do grupo D teve que ser decidido em um sorteio. O motivo? Excesso de empates: nada menos que 5 das 6 partidas da chave terminaram 1 a 1. Aliás, se Camarões tivesse conseguido igualar o jogo contra a Costa do Marfim (o jogo foi 1 a 0), as quatro equipes ficariam rigorosamente empatadas e todas as posições seriam definidas na sorte, provavelmente algo inédito.

Mas o grupo D não foi um caso isolado: no grupo B da CAN, também 5 das 6 partidas terminaram empatadas. Aqui, só não foi preciso o sorteio graças ao número de gols marcados (um dos empates foi por 0 a 0, enquanto os outros foram 1 a 1). Ao todo, a primeira fase da Copa Africana teve a incrível quantidade de 13 empates – ou seja, mais da metade dos jogos disputados (a média geral, ao redor do mundo, fica perto de 25%, ou seja, ¼). Nas quartas-de-final, a situação foi um pouco diferente, já que não se registrou nenhum empate nas quatro partidas.

A situação fica ainda mais curiosa ao olharmos para os resultados da primeira fase da Copa da Ásia. Aqui, aconteceu o oposto da África: não houve nenhum empate, em 24 partidas disputadas. Não só não aconteceram igualdades, como todos os resultados foram coerentes, fazendo com que os quatro grupos tivessem a mesma tabela final: o líder com 9 pontos, o segundo com 6, o terceiro com 3 e o lanterna com 0. No mata-mata, o torneio asiático acabou testemunhando dois empates – curiosamente, ambos no mesmo dia (Irã 3x3 Iraque e Japão 1x1 Emirados Árabes, pelas quartas-de-final).

Ou seja, contando todas as partidas realizadas até agora (a CAN ainda não acabou), a Copa da Ásia teve menos da metade dos empates esperados (2, em vez de 8), enquanto a Copa Africana de Nações teve quase o dobro (13, em vez de 7). Será que falta ousadia aos africanos? Ou o equilíbrio entre os times na Ásia seria menor? Não arrisco uma explicação – mas sem dúvida é curioso ver dois resultados tão díspares, acontecendo quase ao mesmo tempo.

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