sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Análises e curiosidades sobre o Novo Ranking de Seleções


Ainda aproveitando a publicação do Novo Ranking de Seleções, trago aqui mais algumas análises e curiosidades sobre a lista deste ano.

O Novo Ranking e a Copa-2014

Basta uma olhada no ranking para notar que ele guarda forte ligação com os resultados da última Copa do Mundo (o que não é nenhuma surpresa, já que o torneio vale pelo menos o dobro de pontos de qualquer outra competição). Assim, líder e vice-líder são os dois finalistas do Mundial, e o Brasil, semifinalista, aparece em 3º. Mas também deve-se notar que a Copa não é tudo: embora tenha chegado à semifinal, a Holanda aparece só em 6º, atrás da Espanha, que caiu na primeira fase.

Já os times eliminados nas quartas-de-final estão praticamente na mesma situação. Nenhum deles havia passado da primeira fase na Copa de 2010, então todos subiram muito no ranking – mas também não chegaram ao “estrelato”, ocupando posições que variam entre o 8º (Colômbia) e o 14º lugar (Bélgica).

Para as outras seleções do Mundial, nota-se que a influência do torneio no ranking não é grande. Dessa forma, há times que caíram nas oitavas entre o 5º (Uruguai) e o 37º lugar (Argélia) na lista; entre os eliminados na primeira fase, a amplitude é ainda maior: da 4ª (Espanha) à 54ª posição (Camarões).

Como última curiosidade, vale mencionar que há apenas 4 times que aparecem entre os 32 melhores do mundo sem ter disputado a Copa 2014. Curiosamente, são todos latino-americanos: Paraguai, Venezuela, Panamá e Peru.

Novo Ranking x Ranking da Fifa

Em todas as partes da lista que publiquei, fiz comentários sobre as principais diferenças com o ranking da Fifa. Mas quais as semelhanças? São bem poucas. Ambos os rankings concordam sobre os dois primeiros do mundo (Alemanha e Argentina) e os dois últimos (Butão e Anguilla). Também coincidem sobre Guiné Equatorial (118º) e Vietnã (133º). E é só (vale citar que há outros 8 países com apenas 1 posição de diferença).

Sendo assim, será que, à medida que passa o tempo, as diferenças entre o Novo Ranking e a lista da Fifa tendem a aumentar? Vejamos: em 2012, a diferença média entre as duas listas era de 17,0 posições; em 2013, caiu para 15,4; neste ano, chegou a 18,5. Embora a maior diferença tenha sido registrada no último ano, ainda é cedo para falar em tendência de aumento.

Subidas e descidas

Também vimos, em cada parte do ranking, quais foram os times que mais ganharam e mais perderam posições. Mas e em termos de pontos, quais foram as maiores variações? Vejamos:

Maiores ganhos
Anterior
Atual
País
Pos
Dif
1.929,8
2.783,8
Alemanha
+2
+854,0
813,0
1.428,0
Colômbia
+15
+615,0
722,0
1.315,5
Costa Rica
+18
+593,5
534,8
1.114,3
Bélgica
+27
+579,5
1.566,0
2.036,5
Argentina
+4
+470,5

Maiores perdas
Anterior
Atual
País
Pos
Dif
3.390,0
1.879,0
Espanha
-3
-1.511,0
1.230,0
682,3
Gana
-19
-547,8
1.171,8
770,5
Paraguai
-10
-401,3
640,0
270,0
Egito
-48
-370,0
2.177,8
1.874,0
Uruguai
-3
-303,8

Fica bem claro que as seleções que mais ganharam pontos foram as que se deram bem na Copa: os finalistas Alemanha e Argentina, além de Colômbia, Costa Rica e Bélgica, que não haviam disputado o Mundial em 2010 e chegaram até as quartas-de-final em 2014. Note-se que as duas equipes que mais ganharam posições (Congo e Islândia) não aparecem nessa lista.

Entre os perdedores, novamente a Copa tem grande influência, já que Espanha, Gana, Paraguai e Uruguai nem chegaram perto de repetir os desempenhos que tiveram em 2010. A exceção é o Egito, que despencou devido à perda dos pontos referentes à Copa Africana de Nações de 2010, torneio do qual havia sido campeão. Vale lembrar, também, que os egípcios foram o time que mais perdeu posições em todo o ranking, neste ano.

E, em 2015, quem tem mais pontos a “defender”? Vejamos:

Pos
País
Defende
5
Uruguai
884,0
21
Paraguai
549,5
16
Japão
532,5
25
Venezuela
477,3
28
Austrália
406,5
31
Peru
403,0
2
Argentina
355,0
10
México
348,0
12
Chile
338,5
30
Coreia do Sul
329,8

Como 2011 foi ano de Copa América, naturalmente os times que têm mais pontos a defender são aqueles que se deram bem nesse torneio – que foi cheio de zebras, aliás. Vale mencionar que o Brasil é o 11º da lista, defendendo 311 pontos. A quantidade é alta, mas certamente será superada se o Brasil fizer uma boa Copa América.

Intercalados aos sul-americanos aparecem três asiáticos, que defendem os pontos da Copa da Ásia de 2011. Nesse caso, já dá para projetar que o Japão sofrerá considerável prejuízo, a Coreia do Sul ficará mais ou menos na mesma e a Austrália, campeã em 2015, conseguirá até subir.

Na outra ponta da lista, há 11 times que não defendem nenhum ponto em 2015. São todos nanicos, porém – o mais bem ranqueado é a Mauritânia, no 158º lugar. Quem tem a melhor chance de crescer é a Nova Zelândia, 90ª na lista, que defende apenas 3 pontos. Entre os 50 melhores, quem tem a tarefa mais fácil é a Argélia, que poderia perder no máximo 41,7 pontos (só na CAN já deve ter ganhado mais que isso).

Entre os 20 primeiros, Bélgica, Portugal e Suíça são os que menos defendem pontos; no “top 10”, é a Holanda. Não é coincidência que todos os citados sejam europeus: 2011, assim como 2015, é um ano que tem só eliminatórias continentais na Europa, sendo, por isso, a temporada que menos provoca movimentações no ranking, nesse continente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário