sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Os jogadores mais decisivos da história – quadro comparativo



Nas últimas semanas, publiquei vários artigos sobre o desempenho dos maiores atacantes da história em partidas decisivas. Anteriormente, também fiz análises sobre a parformance dos grandes craques da atualidade nesse tipo de jogo. Para fechar o assunto, agora comparo como todos se saíram.

Primeiro, é importante um aviso: grandes nomes da história ficaram de fora, e esta lista não pretende ser completa ou objetiva. Craques como Zidane, Platini e Beckenbauer não foram incluídos por terem atuado mais recuados – assim, não seria possível comparar médias de gols, por exemplo (algo que deve-se levar em mente ao ler os números de Maradona); Garrincha não entrou na lista por ter disputado pouquíssimos confrontos de mata-mata (menos de 15); já o grande Di Stéfano não aparece pela falta de dados confiáveis de grande parte de sua carreira – e os números disponíveis, do período no Real Madrid, são praticamente idênticos aos de Puskas.

Feitas essas considerações, vejamos como os maiores craques do passado e presente se saíram, comparativamente, em jogos decisivos:

Jogador
Finais
Títulos
Média de gols
Vitórias
Derrotas
%
Pelé
15¹
13
0,96
29
5
85,3
Neymar²
14
9
0,59
41
8
83,7
Messi²
16
11
0,63
62
18
77,5
Cruyff
15
12
0,58
64
19
77,1
Gerd Müller
14
11
0,78
59
19
75,6
Puskas
9
4
1,44
38
13
74,5
Luis Suárez²
7
6
0,67
25
9
73,5
Ronaldo
11
9
0,86
52
21
71,2
Cristiano Ronaldo²
14
9
0,57
62
26
70,5
Eusébio
13
6
0,93
53
23
69,7
Maradona
8
5
0,27
32
16
66,7
Ibrahimovic²
5
5
0,60
45
26
63,4
Romário
22
10
0,56
49
30
62,0
* Na tabela acima, a média de gols diz respeito às finais de campeonatos; os números de vitórias, derrotas e média são referentes a jogos de mata-mata (classificações x eliminações), a partir das oitavas-de-final.
¹ Final do Rio-São Paulo de 1964 não está incluída
² Até o fim da temporada 2014/15

NEYMAR: desempenho em jogos
decisivos só fica atrás de Pelé
Não existe um critério único e objetivo para apontar quem se sai melhor. No entanto, uma avaliação cuidadosa da tabela deixa claro que alguns jogadores se destacam – e outros decepcionam. Os que se saíram pior, sem dúvida, são Maradona, Ibrahimovic e Romário. Não só têm aproveitamento fraco em mata-mata (critério pelo qual a tabela foi ordenada), como também não brilham em nenhum outro quesito (“Ibra” até tem 100% em finais, mas disputou apenas 5).

Quem apresenta os melhores números, sem surpresa, é Pelé. Ele tem o melhor retrospecto em partidas eliminatórias e também está entre os primeiros em títulos de mata-mata (é o melhor, com 13), aproveitamento em finais (2º melhor) e média de gols em finais (2º melhor).

Dois craques do presente chegam bem perto do “Rei” – e até podem superá-lo em alguns quesitos, em breve. Trata-se de Neymar e Messi. Os dois atacantes do Barcelona já têm um grande número de títulos no currículo e médias bem altas em todos os quesitos. Além deles, alguns jogadores se destacam em categorias específicas: Puskas é disparado quem tem maior média de gols em finais, e Cruyff ganhou o maior número de confrontos de mata-mata.

Na comparação entre passado e presente, vemos que os craques da atualidade não se saem mal. Os números de Ibrahimovic deixam a desejar, mas estão no mesmo patamar de Romário e Maradona. Cristiano Ronaldo e Suárez não impressionam, mas também não ficam atrás de nomes como Puskas, Eusébio e Ronaldo. Por fim, Messi e Neymar só perdem para Pelé – e mesmo assim, não por grande margem. É seguro dizer que daqui a 20 anos esses nomes estarão no mesmo patamar que os maiores jogadores da história.

Um comentário:

  1. Tomaz:
    Novamente parabéns pela sua pesquisa.
    Um fator importante, que não era objeto da sua pesquisa, é que o Pelé era um jogador mais completo. Chutava bem com os 2 pés, cabeceava muito bem e até no gol, pegava muito, o que não acontece com os outros craques relacionados.

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