Neste texto, sigo com a série de análises sobre o desempenho de grandes jogadores da história em partidas decisivas. Nos posts anteriores, falei sobre os brasileiros Romário e Ronaldo, o húngaro Ferenc Puskas e o alemão Gerd Müller.
Para fazer estas avaliações, pesquisei a carreira de cada atleta e montei duas listas. Uma apresenta o desempenho em finais, incluindo placares e gols marcados. Outra mostra os resultados nos jogos de mata-mata, a partir das oitavas-de-final, considerando apenas vitórias e derrotas. Em ambos os cálculos, foram contados os números das seleções principais e olímpica e de todas as competições de clubes, excluindo as Supercopas nacionais e torneios amistosos. Nos dados referentes a mata-mata, como nem sempre as escalações das partidas estão disponíveis, partiu-se da suposição de que o atleta em questão sempre participou dos jogos, a não ser quando estivesse sabidamente suspenso ou machucado.
Os resultados
Vejamos como Eusébio se saiu nas finais que disputou:
Final
(Ano)
|
Resultado
|
Gols
|
Copa de Portugal (1962)
|
3x0 Vitória Setúbal
|
2
|
Liga dos Campeões (1962)
|
5x3 Real Madrid
|
2
|
Mundial de Clubes (1962)
|
4x8 Santos*
|
1
|
Liga dos Campeões (1963)
|
1x2 Milan
|
1
|
Copa de Portugal (1964)
|
6x2 Porto
|
1
|
Copa de Portugal (1965)
|
1x3 Vitória Setúbal
|
0
|
Liga dos Campeões (1965)
|
0x1 Internazionale
|
0
|
Liga dos Campeões (1968)
|
1x4 Manchester United
|
0
|
Copa de Portugal (1969)
|
2x1 Acadêmica
|
1
|
Copa de Portugal (1971)
|
1x4 Sporting
|
1
|
Copa de Portugal (1972)
|
3x2 Sporting
|
3
|
Copa de Portugal (1974)
|
1x2 Sporting
|
0
|
Campeonato Norte-Americano
(1976)
|
3x0 Minnesota Kicks
|
1
|
Nos jogos de mata-mata, os resultados de Eusébio foram os seguintes:
Equipe
|
Vitórias
|
Derrotas
|
%
|
Portugal
|
1
|
1
|
50,0%
|
Benfica
|
48
|
21
|
69,6%
|
Boston Minutemen
|
0
|
1
|
0,0%
|
Toronto Metros-Croatia
|
4
|
0
|
100,0%
|
TOTAL
|
53
|
23
|
69,7%
|
Análise
EUSÉBIO: poucas chances de brilhar com a camisa da seleção portuguesa |
Mais de 90% dos jogos decisivos de Eusébio aconteceram enquanto ele jogava pelo Benfica. Isso acontece porque o craque só saiu dos Águias quando já estava decadente. Pela seleção, conseguiu o resultado mais expressivo na história de seu país (3º lugar na Copa de 1966), mas, defendendo uma nação relativamente fraca, não teve mais oportunidades de ser testado em nível internacional.
Nas finais, o Pantera Negra mais perdeu do que ganhou (6 vitórias contra 7 derrotas). Por outro lado, sua média de gols marcados nessas partidas é muito boa: foram 13 em 14 jogos disputados.
Os números de Eusébio comprovam que ele foi, de fato, um matador implacável. No entanto, seu sucesso oscilou junto com os bons momentos de seu principal time, o Benfica, e contusões na segunda metade da carreira impediram que ele construísse estatísticas mais impressionantes. O Pantera Negra sem dúvida sabia ser decisivo, mas não chega a ameaçar os maiores da história nesse aspecto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário