No texto passado, analisei a carreira de Romário sob o ponto de vista de seu desempenho em jogos decisivos. Agora é a vez de Ronaldo. Será que, nos momentos mais importantes, ele foi melhor que seu antecessor?
Para fazer estas avaliações, pesquisei a carreira de cada atleta e montei duas listas. Uma apresenta o desempenho em finais, incluindo placares e gols marcados. Outra mostra os resultados nos jogos de mata-mata, a partir das oitavas-de-final, considerando apenas vitórias e derrotas. Em ambos os cálculos, foram contados os números das seleções principais e olímpica e de todas as competições de clubes, excluindo as Supercopas nacionais e torneios amistosos. Nos dados referentes a mata-mata, como nem sempre as escalações das partidas estão disponíveis, partiu-se da suposição de que o atleta em questão sempre participou dos jogos, a não ser quando estivesse sabidamente suspenso ou machucado.
Os resultados
Vejamos como Ronaldo se saiu nas finais que disputou:
Final (Ano)
|
Resultado
|
Gols
|
Recopa Sul-Americana (1993)
|
0x0* São Paulo**
|
0
|
Copa da Holanda (1996)
|
5x2 Sparta
|
0
|
Recopa Europeia (1997)
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1x0 Paris Saint-Germain
|
1
|
Copa América (1997)
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3x1 Bolívia
|
1
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Copa das Confederações (1997)
|
6x0 Austrália
|
3
|
Copa Uefa (1998)
|
3x0 Lazio
|
1
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Copa do Mundo (1998)
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0x3 França
|
0
|
Copa América (1999)
|
3x0 Uruguai
|
1
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Copa do Mundo (2002)
|
2x0 Alemanha
|
2
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Campeonato Paulista (2009)
|
4x2 Santos**
|
2
|
Copa do Brasil (2009)
|
4x2 Internacional**
|
1
|
**Final disputada em 2 jogos
Em jogos de mata-mata, o desempenho de Ronaldo é o seguinte:
Equipe
|
Vitórias
|
Derrotas
|
%
|
Brasil
|
17
|
3
|
85,0%
|
Cruzeiro
|
1
|
2
|
33,3%
|
PSV
|
3
|
2
|
60,0%
|
Barcelona
|
7
|
0
|
100,0%
|
Internazionale
|
9
|
5
|
64,3%
|
Real Madrid
|
8
|
7
|
53,3%
|
Milan
|
1
|
1
|
50,0%
|
Corinthians
|
6
|
1
|
85,7%
|
TOTAL
|
52
|
21
|
71,2%
|
Análise
RONALDO: espetacular na Seleção, irregular nos clubes |
Já no futebol de clubes, a história de Ronaldo não é tão brilhante. Na média, seus resultados são apenas razoáveis: 35 vitórias e 18 derrotas em confrontos de mata-mata. Vale destacar que esse desempenho está longe de ser uniforme. Em jogos decisivos, Ronaldo teve duas temporadas excepcionais: foram 7 vitórias em 1996/97, pelo Barcelona, e 6 vitórias pelo Corinthians, em 2009. No resto do tempo, o “Fenômeno” foi medíocre, com 22 triunfos e 19 derrotas.
Mais do que Romário, o histórico de Ronaldo foi muito prejudicado por suas contusões – e também por algumas escolhas de carreira equivocadas. O maior erro do jogador foi ter deixado o Barcelona, onde estava muito bem, para juntar-se a uma Internazionale que vivia sob o peso de uma enorme “seca” de títulos. Some-se a isso as sérias contusões que vieram nos anos seguintes, e o jogador nunca mais conseguiu brilhar de maneira consistente – apesar de alguns momentos espetaculares pelo caminho.
No geral, dá para dizer, sim, que Ronaldo foi um jogador decisivo. Não é coincidência que o jogador tenha vencido 9 das 11 finais que disputou, com o excelente retrospecto de 12 gols marcados nesses 14 jogos (se contarmos só do Barcelona em diante, a média chega a 1 gol por partida). No entanto, é inegável que ainda faltou “algo a mais” para que Ronaldo pudesse ser considerado um verdadeiro “Fenômeno” em todas as decisões.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMas por que desconsideraste as supercopas nacionais?
ResponderExcluirTens que desconsiderar o paulistinha e o carioquinha!
Título nacional é sempre mais relevante que estaduais/regionais!