Ferenc Puskas foi, sem dúvida, um dos maiores artilheiros da história. O húngaro participou de três equipes lendárias: o Honved e a seleção húngara, na década de 1950, e o Real Madrid do início dos anos 1960. Com ótimo aproveitamento e auxiliado por grandes esquadrões, Puskas tornou-se um dos jogadores que mais fez gols na história. Mas será que, nas partidas decisivas, seu desempenho se manteve alto?
Neste texto, sigo com a série de análises sobre o desempenho de grandes jogadores da história em partidas decisivas. Nos posts anteriores, falei sobre os brasileiros Romário e Ronaldo.
Para fazer estas avaliações, pesquisei a carreira de cada atleta e montei duas listas. Uma apresenta o desempenho em finais, incluindo placares e gols marcados. Outra mostra os resultados nos jogos de mata-mata, a partir das oitavas-de-final, considerando apenas vitórias e derrotas. Em ambos os cálculos, foram contados os números das seleções principais e olímpica e de todas as competições de clubes, excluindo as Supercopas nacionais e torneios amistosos. Nos dados referentes a mata-mata, como nem sempre as escalações das partidas estão disponíveis, partiu-se da suposição de que o atleta em questão sempre participou dos jogos, a não ser quando estivesse sabidamente suspenso ou machucado.
Os resultados
Vejamos como Puskas se saiu nas finais que disputou:
Final
(Ano)
|
Resultado
|
Gols
|
Olimpíada (1952)
|
2x0 Alemanha Ocidental
|
1
|
Copa do Mundo (1954)
|
2x3 Alemanha Ocidental
|
1
|
Liga dos Campeões (1959)
|
2x0 Stade Reims
|
0
|
Copa da Espanha (1960)
|
1x3 Atlético de Madrid
|
1
|
Liga dos Campeões (1960)
|
7x3 Eintracht Frankfurt
|
4
|
Copa da Espanha (1961)
|
2x3 Atlético de Madrid
|
1
|
Copa da Espanha (1962)
|
2x1 Sevilla
|
2
|
Liga dos Campeões (1962)
|
3x5 Benfica
|
3
|
Liga dos Campeões (1964)
|
1x3 Internazionale
|
0
|
Nos jogos de mata-mata, Puskas obteve o seguinte desempenho:
Equipe
|
Vitórias
|
Derrotas
|
%
|
Hungria
|
4
|
1
|
80,0%
|
Honved*
|
0
|
1
|
0,0%
|
Real Madrid
|
34
|
11
|
75,6%
|
TOTAL
|
38
|
13
|
74,5%
|
Análise
PUSKAS: 13 gols marcados em 9 finais disputadas |
Feitas as ressalvas, a média de aproveitamento de Puskas é boa: são praticamente 3 vitórias para cada derrota (muito melhor que Ronaldo e Romário, por exemplo). No entanto, vale lembrar que o grosso dos triunfos ocorreu em um time que costuma ser apontado como o melhor de todos os tempos.
Nas finais disputadas por Puskas é que aparecem seus números mais interessantes. Em termos de vitórias, seu desempenho não é bom – perdeu 5 das 9 decisões que disputou, a maioria das derrotas frente a times mais fracos. No entanto, chama a atenção o número de gols marcados: foram 13 em 9 partidas, média de quase 1,5 por jogo, muito acima da registrada por qualquer outro dos craques que foram analisados nesta série.
No geral, pode-se dizer que, em jogos decisivos, Puskas confirma a fama de ter sido um dos maiores jogadores da história. É uma pena que ao longo de boa parte de sua carreira não existissem mais torneios de mata-mata, o que permitiria uma amostragem maior e uma comparação mais igualitária com outros craques. Mas, nas oportunidades que teve, o Major Galopante brilhou e esteve à altura de seu status na história do futebol.
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