MESSI: decisivo em finais, mas não perfeito |
Para fazer as avaliações, pesquisei a carreira de cada jogador e montei duas listas. Uma apresenta o desempenho em finais, incluindo placares, gols marcados e performance geral. Outra mostra os resultados nos jogos de mata-mata, a partir das oitavas-de-final, considerando apenas vitórias e derrotas. Em ambos os cálculos, foram contados os números das seleções principais e olímpica e de todas as competições de clubes, excluindo as Supercopas nacionais e torneios amistosos. Nos dados referentes a mata-mata, como nem sempre as escalações das partidas estão disponíveis, partiu-se da suposição de que o atleta em questão sempre participou dos jogos, a não ser quando estivesse sabidamente suspenso ou machucado.
Os resultados
Vejamos como Lionel Messi se saiu nas finais que disputou:
Final (Ano) | Resultado |
Gols
|
Desempenho |
Supercopa (2006) | 0x3 Sevilla |
0
|
Apagado |
Copa América (2007) | 0x3 Brasil |
0
|
Melhor da Argentina, mas pouco efetivo |
Olimpíada (2008) | 1x0 Nigéria |
0
|
Jogou bem, deu assistência |
Copa da Espanha (2009) | 4x1 Athletic Bilbao |
1
|
Jogou bem |
Liga dos Campeões (2009) | 2x0 Manchester United |
1
|
Jogou muito bem |
Supercopa (2009) | 1x0 Shakhtar Donetsk |
0
|
Desempenho médio |
Mundial de Clubes (2009) | 2x1 Estudiantes |
1
|
Melhor em campo |
Liga dos Campeões (2011) | 3x1 Manchester United |
1
|
Melhor em campo |
Copa da Espanha (2011) | 0x1 Real Madrid |
0
|
Discreto |
Supercopa (2011) | 2x0 Porto |
1
|
Jogou bem |
Mundial de Clubes (2011) | 4x0 Santos |
2
|
Melhor em campo |
Copa da Espanha (2012) | 3x0 Athletic Bilbao |
1
|
Jogou bem |
Copa do Mundo (2014) | 0x1 Alemanha |
0
|
Discreto |
Liga dos Campeões (2015) | 3x1 Juventus |
0
|
Jogou bem |
Copa da Espanha (2015) | 3x1 Athletic Bilbao |
2
|
Jogou muito bem |
Copa América (2015) | 0x0* Chile |
0
|
Discreto, converteu pênalti |
Em jogos de mata-mata, o desempenho de Lionel Messi é o seguinte:
Equipe |
Vitórias
|
Derrotas
|
%
|
Argentina |
12
|
5
|
70,6%
|
Barcelona |
50
|
13
|
79,4%
|
TOTAL |
62
|
18
|
77,5%
|
Análise
Inegavelmente, os números de Messi são impressionantes. Aos 28 anos – ou seja, com mais umas 5 temporadas em alto nível pela frente –, o argentino ostenta 11 títulos em torneios eliminatórios. Se vencer o Mundial neste ano, Messi já terá ganhado 3 vezes todos os títulos de clubes possíveis!
O desempenho em jogos decisivos de Messi está à altura dos maiores da história. No entanto, para pleitear o posto de número 1, ainda há um problema a resolver: seu desempenho com a seleção argentina. No geral, os números de Messi não são ruins – 12 vitórias contra 5 derrotas em mata-mata. Porém, quando se trata de finais, aí o atacante tem apenas 1 título em 4 tentativas (sendo este com a seleção sub-23, na Olimpíada).
O outro lado da moeda é que, excluída a seleção, Messi é quase invencível em finais: são 10 vitórias contra apenas 2 derrotas – e estas aconteceram na Supercopa de 2006 e na Copa da Espanha de 2011. E não é só: pelo Barcelona, dá para dizer que Messi foi bem em pelo menos 9 dessas decisões. Aliás, essa é outra marca do argentino – os resultados de seus times nas finais são praticamente idênticos à qualidade de seu desempenho nos jogos. Obviamente, essa relação existe para todos os craques analisados, mas em nenhum ela é tão forte quanto com Messi.
Considerando os jogos de mata-mata como um todo, Messi mantém um aproveitamento excelente: são quase 3,5 vitórias para cada derrota. Esse número fica acima dos de Suárez, Ibrahimovic e Cristiano Ronaldo, mas perde para Neymar, que tem incríveis 5 vitórias para cada derrota. No caso do brasileiro, é importante lembrar que sua experiência é menor que a de Messi (49 confrontos, 13 dos quais pelo Campeonato Paulista, contra 80 do argentino). Se ambos seguirem pelo Barcelona por muito tempo, a tendência é que a média de aproveitamento de ambos se aproximem cada vez mais.
Em resumo, Messi tem sim um desempenho em jogos decisivos no nível dos maiores jogadores de todos os tempos. No entanto, o argentino não é perfeito – ele já decepcionou em alguns momentos, principalmente com a seleção de seu país. Resolver esse defeito talvez seja o único que falta para que ele possa brigar pelo posto de novo Rei do futebol.
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