Semifinais do Campeonato Paulista: Palmeiras x Corinthians, São Paulo x
Santos. Semis no Rio de Janeiro: Botafogo x Fluminense, Flamengo x Vasco. Em
Minas, Cruzeiro e Atlético só não farão a final porque se encontraram nas
semis; no Rio Grande do Sul, Grêmio e Inter jogarão a decisão.
Tudo óbvio, tudo dentro dos conformes. Afinal, ninguém espera que os maiores
times do Brasil sejam eliminados por nanicos nos Estaduais. Mas a história
mostra que não é bem assim. Se não acontecer uma zebra na final de Minas Gerais,
será a primeira vez desde 1969 que nenhum dos 12 times grandes do país sofreu
uma eliminação frente a um time pequeno nos Estaduais. Isso mesmo: já faz 46
anos que isso não acontece.
Primeiro, uma breve explicação sobre critérios, necessária graças aos
regulamentos esdrúxulos dos Estaduais ao longo da história. “Ser eliminado por
um pequeno” significa perder a vaga em uma fase posterior do torneio para um
time que não seja um dos 12 grandes do Brasil. Quando se trata da fase final do
campeonato, também conta como “eliminação” ficar atrás do time menor na
classificação final. Por fim, em torneios com dois turnos (daqueles em que os
dois campeões se enfrentam no fim), cada turno é considerado como um torneio à
parte.
Respeitando esses critérios, pode-se dizer que, nos últimos 45 anos, sempre
aconteceu de pelo menos um dos 12 grandes perder a vaga para um time de menor
expressão. Em 2015, isso ainda não ocorreu – e só pode acontecer na final do
Mineiro.
No Rio de Janeiro e em São Paulo, onde esse tipo de zebra é mais comum, a
soberania dos grandes foi incontestável. Pela primeira vez desde 2009, em ambos
os Estados os gigantes garantiram as 4 primeiras colocações do campeonato local
(o que não impediu Vasco e Flamengo de serem eliminados pelo Resende, no 1º
turno daquele ano).
Além da curiosidade estatística, a ausência total de surpresas mais uma vez
confirma a total inutilidade dos campeonatos estaduais. Afinal de contas, um
dos principais argumentos para a manutenção dessas relíquias no calendário é a
possibilidade de times pequenos se destacarem e revelarem bons jogadores. Mas,
sabendo que os pequenos têm se limitado a montar “catadões” de última hora e
nem sequer têm conseguido resultados dignos de nota, por que continuar forçando
os grandes a jogar contra eles?
E pior: por que forçar os torcedores a aguentar quase 3 meses de torneios
absolutamente previsíveis, cujas únicas partidas que podem trazer emoção (as
finais, entre os times grandes) acontecem nas últimas 2 semanas, espremidas
entre jogos mais importantes da Copa Libertadores?
Olá, Tomaz. Fui viajar, fiquei um tempo sem comentar (mas de vez em quando dava uma olhadinha na página).
ResponderExcluirSem tempo de comentar os outros assuntos, mas vamos ao atual: O problema não são só os estaduais, mas a presença dos grandes neles, que obriga os torneios a se transformarem em pré-temporada e faz os pequenos ficarem sem calendário por todo o restante do ano. Os que se classificam pra Série D têm que esperar alguns meses até a competição começar.
Talvez a solução seja mesmo transformar os estaduais em divisões inferiores do Brasileirão (assim como de certa forma é na maioria dos países) disputadas em paralelo com o mesmo.
Os times "grandes locais" (ou os que estão da Série D pra cima) teriam o direito de usar seus times reserva ou junior (como também ocorre em alguns países, como França, Alemanha, Espanha, Holanda, Portugal...).
Com isso, não abdicariam completamente do torneio regional, poderiam utilizá-lo para reforçar as categorias de base e ainda proporcionaria aos "pequenos" uma chance de serem campeões.
Pra manter a tradição, só completando tua mensagem com um regionalismo: Em SC temos 5 grandes distribuídos pelo nosso território. Difícil fugir deles atualmente no estadual, mas quase sempre tem alguém tirando um deles. De "intrusos" entre os 5 primeiros desde 2000 (só em 2009 e 2011 "os 5 ficaram entre os 5"):
ResponderExcluirInter de Lages (4º em 2015, 5º em 2001), Metropolitano (4º em 2008 e 2014, 5º em 2012 e 2013), Imbituba (4º em 2010), Atlético de Ibirama (2º em 2004 e 2005, 3º em 2007, 4º em 2006, 5º em 2010), Marcílio Dias (2º em 2000, 5º em 2008), Juventus de Jaraguá (3º em 2006), Brusque (5º em 2006), Guarani de Palhoça (4º em 2004), Tubarão (3º em 2001, 4º em 2002, 5º em 2004), Caxias de Joinville (2º em 2003), Atlético Alto Vale (4º em 2000).
Como se pode ver, muitos times. Alguns chegaram à final, mas nenhum foi campeão...
Bem vindo de volta!
ExcluirRealmente, num Estado que tem 5 times "grandes", é quase impossível que um pequeno chegue a ser campeão (embora a chance de um entrar no "top 5" seja muito grande). Via de regra, pequenos só ganham títulos quando os grandes estão em má fase - e é praticamente impossível que todos os 5 entrem em crise ao mesmo tempo...