segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Países onde é mais difícil ficar na primeira divisão


Quem lê este blog com frequência deve ter notado que tenho uma postura bastante crítica quanto ao nível técnico do Campeonato Brasileiro. Trata-se de um torneio bastante equilibrado e imprevisível, mas que há muito tempo deixou de ser um dos melhores do mundo em termos de qualidade das equipes.

No entanto, a atual edição do Brasileirão vem repetindo uma qualidade positiva do campeonato: a alta “exigência” para um time não ser rebaixado. Ok, isso não compensa a baixa qualidade técnica, mas pelo menos mantém interessante a disputa para os times pequenos e evita que equipes muito fracas permaneçam na elite com uma curta série de bons resultados.

Considerando o número de pontos do melhor time rebaixado e fazendo a média das últimas 5 temporadas, veja quantos pontos é preciso para uma equipe não ser rebaixada nos principais campeonatos do mundo:

Pos
País
Pontos
(em 38 jogos)
1
Argentina
44,7
2
Brasil (Série B)
43,6
3
Brasil (Série A)
42,7
4
Espanha
38,2
5
Japão
37,9
6
França
35,7
7
Inglaterra
35,1
8
Alemanha
33,9
9
Itália
33,5
10
Portugal
30,2
11
Escócia
27,7
12
Holanda
26,7
*Média de todos os campeonatos foi ajustada para um torneio com 38 rodadas.
**Para estabelecer o “último rebaixado” foi considerada a regra atual de rebaixamento em cada país, mesmo em anos em que o regulamento era diferente.

Nota-se que o Brasileirão só fica atrás do Campeonato Argentino e da Série B, em termos de números de pontos necessários para não cair. A dificuldade do campeonato nacional se dá por dois motivos: o equilíbrio inegável do torneio, que permite aos pequenos “roubar” mais pontos dos grandes, e o fato de serem 4 equipes rebaixadas, número maior que em todos os outros campeonatos pesquisados.

Na Segundona do Brasil, onde a dificuldade é ainda maior, estão presentes os mesmos fatores da Série A – e com equilíbrio ainda maior entre as equipes. O líder da lista é o Campeonato Argentino, onde o número de pontos para não cair é inflado pela regra que calcula o rebaixamento com base nas últimas 3 temporadas. Ao mesmo tempo em que costuma proteger os times grandes (que carregam por 3 anos pontos de uma boa temporada), a regra dificulta a vida dos recém-promovidos, que enfrentam uma barreira de entrada artificialmente alta.

Na outra ponta da lista aparecem três campeonatos notoriamente desequilibrados: Portugal, Escócia e Holanda. Mas, mais que a diferença técnica entre as equipes, o que explica a moleza para permanecer na elite é o baixo número de rebaixados – são só 2 em Portugal e na Holada, e 1 única equipe entre as 12 que disputam o Escocês.

Um comentário:

  1. Esse é mais um argumento contra o pessoal que esbraveja que o "espanholão" é sem graça e só tem Real e Barcelona, o resto é baba... O espanholão foi o que mais me surpreendeu ali mesmo, à frente de outros que via como menor a distância entre os últimos e os medianos, como o francês, o inglês, o alemão e até o italiano... E em relação ao repetido "o campeonato brasileiro é o melhor do mundo, é o mais equilibrado", se for por isso vejo a liga amadora daqui de Florianópolis, bem mais equilibrada... Quer ver equilíbrio vai no circo.

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