Os campeonatos estaduais têm baixíssimo nível técnico e pouco valor para os torcedores, e isso não é de hoje. Mesmo assim, times grandes não cansam de demitir treinadores e jogar pela janela todo o “planejamento” da pré-temporada por causa de alguns resultados ruins no torneio. Mas será mesmo que o desempenho no Estadual serve como “termômetro”, para prever como a equipe vai se sair no Campeonato Brasileiro?
Para responder a essa pergunta, podemos fazer uma comparação simples. Se o Estadual é indicativo de alguma coisa, espera-se que, pelo menos, o campeão do torneio seja o melhor time de seu Estado no Brasileirão daquele ano. Vejamos como ficou essa comparação, nas últimas quatro temporadas:
2015
|
|||
Estado |
Times
|
Campeão Estadual
|
Melhor no Brasileirão
|
São Paulo |
5
|
Santos
|
Corinthians
|
Minas Gerais |
2
|
Atlético
|
Atlético
|
Rio Grande do Sul |
2
|
Internacional
|
Grêmio
|
Paraná |
2
|
Coritiba
|
Atlético
|
Rio de Janeiro |
3
|
Vasco
|
Flamengo
|
Santa Catarina |
4
|
Figueirense
|
Chapecoense
|
Pernambuco (Série B) |
2
|
Santa Cruz
|
Santa Cruz
|
Bahia (Série B) |
2
|
Bahia
|
Vitória
|
2014
|
|||
Estado |
Times
|
Campeão Estadual
|
Melhor no Brasileirão
|
Minas Gerais |
2
|
Cruzeiro
|
Cruzeiro
|
Rio Grande do Sul |
2
|
Internacional
|
Internacional
|
Rio de Janeiro |
3
|
Flamengo
|
Fluminense
|
Santa Catarina |
3
|
Figueirense
|
Figueirense
|
Bahia |
2
|
Bahia
|
Vitória
|
Ceará (Série B) |
2
|
Ceará
|
Ceará
|
Goiás (Série B) |
2
|
Atlético
|
Atlético
|
Rio Grande do Norte (Série B) |
2
|
América
|
ABC
|
2013
|
|||
Estado |
Times
|
Campeão Estadual
|
Melhor no Brasileirão
|
Minas Gerais |
2
|
Atlético
|
Cruzeiro
|
São Paulo |
5
|
Corinthians
|
Santos
|
Paraná |
2
|
Coritiba
|
Atlético
|
Bahia |
2
|
Vitória
|
Vitória
|
Rio Grande do Sul |
2
|
Internacional
|
Grêmio
|
Rio de Janeiro |
4
|
Botafogo
|
Botafogo
|
Ceará (Série B) |
2
|
Ceará
|
Icasa
|
2012
|
|||
Estado |
Times
|
Campeão Estadual
|
Melhor no Brasileirão
|
Rio Grande do Sul |
2
|
Internacional
|
Grêmio
|
São Paulo |
6
|
Santos
|
São Paulo
|
Rio de Janeiro |
4
|
Fluminense
|
Fluminense
|
Minas Gerais |
2
|
Atlético
|
Atlético
|
Rio Grande do Norte (Série B) |
2
|
América
|
América
|
Alagoas (Série B) |
2
|
CRB
|
ASA
|
Santa Catarina (Série B) |
3
|
Avaí
|
Criciúma
|
Das quatro temporadas consideradas, a única em que houve coincidência entre os campeões estaduais e os melhores de cada Estado no Brasileirão (acima do que é aleatoriamente esperado) foi a de 2014. Nas outras três, o número ficou igual ou abaixo do previsto.
Tomando as quatro temporadas em conjunto, a conclusão geral fica bem clara. Num sorteio aleatório, se esperaria que as duas colunas apresentassem o mesmo resultado em 12,65 casos (ou seja, 12 ou 13 vezes). E, realmente, elas coincidiram em 12 casos. Ou seja, nem precisa fazer contas para afirmar que não existe nenhuma correlação estatística entre o fato de ser campeão estadual e se sair bem no Brasileirão. Em outras palavras: se, por exemplo, o Internacional for campeão gaúcho este ano, as chances de ele terminar o Brasileiro na frente do Grêmio são de 50%, nem mais, nem menos.
Ou seja, não bastam os Estaduais serem previsíveis, de baixo nível técnico, despertarem pouco interesse da torcida, sobrecarregarem o calendário dos times grandes e tumultuarem o ambiente de algumas equipes: os números provam que nem sequer servem para mostrar quais times estão no caminho certo e farão um bom Campeonato Brasileiro (que é o torneio que realmente importa). E, mesmo assim, somos obrigados a aguentar 3 meses dessas competições anacrônicas...
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