terça-feira, 22 de março de 2016

Clássicos no século XXI: quem manda em São Paulo


Não é difícil encontrar estatísticas históricas sobre os confrontos entre os grandes rivais no Brasil. Em quase todos os casos, por serem séries muito longas, o equilíbrio entre os rivais é a norma. No entanto, se deixarmos o passado distante de lado e focarmos em tempos mais recentes, a história muda. Por isso, vale a pena ver como é o equilíbrio de forças entre rivais estaduais, considerando apenas os resultados deste século. Neste post, vamos dar uma olhada em como está a situação em São Paulo.

Desde janeiro de 2001, os resultados dos confrontos diretos entre os quatro grandes do Estado é o seguinte:

Time 1
V1
E
V2
Time 2
Santos
26
9
18
São Paulo
Corinthians
22
17
15
São Paulo
São Paulo
19
16
13
Palmeiras
Santos
23
15
17
Corinthians
Corinthians
14
14
9
Palmeiras
Santos
18
12
17
Palmeiras

Em termos de confrontos diretos, o Santos é o grande ganhador: leva a melhor contra Corinthians e São Paulo e praticamente empata com o Palmeiras. O Corinthians ganha dos dois rivais da Capital, e o Tricolor só se dá bem contra o Palmeiras.

É interessante notar que a rivalidade que costumava ser a mais forte no Estado, entre Corinthians e Palmeiras, foi a que viu menos clássicos neste século: foram 37 encontros entre as equipes (Corinthians x Santos, o clássico mais frequente, aconteceu 55 vezes no período). Isso aconteceu, em grande parte, porque os dois times frequentaram a Série B neste século, o que eliminou grande número de confrontos que aconteceriam no Brasileirão. Além disso, encontros “extra” em mata-mata também foram raros: aconteceram apenas 3 vezes, desde 2001.

Por falar em mata-mata, vejamos como os quatro grandes paulistas se saíram nesses confrontos de vida ou morte, contra os arquirrivais:

Time
Classificado
Eliminado
%
Corinthians
12
4
75,0%
Santos
13
5
72,2%
Palmeiras
3
9
25,0%
São Paulo
4
14
22,2%

Nesse aspecto, Corinthians e Santos dão um banho em Palmeiras e São Paulo, no século XXI. O desempenho do Tricolor, além de pífio, é curioso: todos os 4 confrontos eliminatórios que venceu foram contra o Palmeiras. Contra Santos (7 derrotas em 7 confrontos) e contra Corinthians (6 em 6), o São Paulo foi sempre eliminado. Aliás, o San-São, junto com o clássico alvinegro, foi o confronto que mais vezes aconteceu em mata-mata neste século (7 vezes cada um).

Falando de rivalidades, há, ainda, um terceiro aspecto a considerar: títulos. Ganhar o confronto direto contra o rival é ótimo, mas vale pouco se no final do torneio é ele que está comemorando. Vejamos, então, quais títulos os grandes de São Paulo ganharam no século XXI (a metodologia de pontuação é a mesma do Ranking de Títulos do Futebol Brasileiro):

Títulos
A
B
C
D
E
F
G
H
Pontos
Corinthians
3
2
1
1

1
4
1
207
São Paulo
3

1
1
1

1
1
169
Santos
2
1
1


1
6

144
Palmeiras

2




1

37

Coluna
Competição
Pontos
A
Campeonato Brasileiro
25
B
Copa do Brasil
15
C
Copa Libertadores
35
D
Mundial de Clubes
30
E
Copa Sul-Americana
15
F
Recopa Sul-Americana
2
G
Campeonato Paulista
7
H
Torneio Rio-São Paulo
7

Seria lógico esperar que o sucesso, em número de títulos, não fosse muito diferente do desempenho das equipes nos clássicos. Para Corinthians (ótimo desempenho) e Palmeiras (desempenho fraco), isso é verdade. O Santos também conseguiu boa quantidade de conquistas (11 taças), mas a pontuação relativamente baixa reflete o fato de que o seu melhor desempenho tem acontecido no Campeonato Paulista. Já o São Paulo, que se saiu mal contra os rivais, ainda assim ganhou boa quantidade de títulos. Não por acaso, quase todas as conquistas do Tricolor aconteceram ou em torneios por pontos corridos ou em competições internacionais.

Levando todas as tabelas em conta, é inegável que, entre os paulistas, o século XXI vem pertencendo ao Corinthians. O Santos fica em segundo lugar, atrás do alvinegro da capital pelo menor número de títulos importantes. O São Paulo é o terceiro, tendo sua incompetência em clássicos parcialmente redimida pelo número ainda alto de conquistas. E, em último, fica o Palmeiras, clube para o qual este século não trouxe muitos motivos para comemorações.

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