SUÁREZ: 6 vitórias em 7 finais disputadas |
Antes de tudo, é preciso esclarecer que essa avaliação, embora baseada em dados, não é totalmente objetiva. Cada um desses jogadores atuou por equipes diferentes, em contextos diferentes. Não dá para simplesmente comparar gols e médias – os dados devem ser analisados dentro do contexto.
Para fazer a avaliação, pesquisei a carreira de cada jogador e levantei duas listas. Uma apresenta o desempenho em finais, incluindo placares, gols marcados e performance geral. Outra mostra os resultados nos jogos de mata-mata, a partir das oitavas-de-final, considerando apenas vitórias e derrotas. Em ambos os cálculos, foram contados os números das seleções principais e olímpica e de todas as competições de clubes, excluindo as Supercopas nacionais e torneios amistosos. Nos dados referentes a mata-mata, como nem sempre as escalações das partidas estão disponíveis, foi feita a suposição de que o atleta em questão sempre participou dos jogos, a não ser quando estivesse sabidamente suspenso ou machucado.
Os resultados
Vejamos, então, como Luis Suárez se saiu nas finais que disputou:
Final | Resultado |
Gols
|
Desempenho |
Campeonato Uruguaio (2006) | 6x1 Rocha** |
2
|
Jogou bem |
Copa da Holanda (2010) | 6x1 Feyenoord** |
2
|
Jogou bem |
Copa América (2011) | 3x0 Paraguai |
1
|
Jogou bem |
Copa da Inglaterra (2012) | 1x2 Chelsea |
0
|
Ficou muito isolado |
Copa da Liga Inglesa (2012) | *2x2 Cardiff |
0
|
Criou algumas chances |
Liga dos Campeões (2015) | 3x1 Juventus |
1
|
Jogou bem |
Copa da Espanha (2015) | 3x1 Athletic Bilbao |
0
|
Discreto, deu uma assistência |
**final em dois jogos
Em jogos de mata-mata (a partir de oitavas-de-final), o desempenho de Luis Suárez é o seguinte:
Equipe |
Vitórias
|
Derrotas
|
%
|
Uruguai |
5
|
2
|
71,4%
|
Nacional |
1
|
1
|
50,0%
|
Groningen |
0
|
0
|
-
|
Ajax |
4
|
2
|
66,7%
|
Liverpool |
7
|
4
|
63,6%
|
Barcelona |
8
|
0
|
100%
|
TOTAL |
25
|
9
|
73,5%
|
Análise
Com base nos números, dá para dizer que Suárez é, sim, um jogador bastante decisivo. Em 7 finais disputadas, foi campeão 6 vezes, com 6 gols marcados em 9 partidas. Em uma avaliação técnica, dá para dizer que jogou bem em 4 decisões, foi razoável em outras 2 e só esteve mal em 1. Considerando-se todos os jogos de mata-mata, Suárez saiu vencedor em 25 ocasiões e perdeu 9, uma boa média de 2,8 vitórias para cada derrota. Outro fato positivo é que o uruguaio foi campeão em todos os países por onde passou: Uruguai (clube e seleção), Holanda, Inglaterra e Espanha.
A única coisa negativa que se pode dizer sobre o retrospecto de Suárez em jogos decisivos é que ele participou de poucas decisões. Para um jogador de 28 anos que é considerado em dos maiores do mundo, ter participado de apenas 7 finais (incluindo um fraquinho Campeonato Uruguaio e as pouco importantes Copa da Holanda e Copa da Liga Inglesa) é pouco. Mesmo considerando-se o desempenho em mata-mata como um todo, foram só 34 confrontos – número muito inferior ao dos outros craques que aparecerão nos próximos textos.
Feita essa ressalva, a avaliação de Suárez é positiva. Não é difícil lembrar de momentos em que o uruguaio foi decisivo em seus clubes, e suas boas médias (vitórias, títulos, gols em finais) comprovam isso. Talvez ainda não chegue a ser o jogador mais decisivo do mundo, mas certamente Suárez não é um atacante que “amarela” na hora mais importante.
Vale lembrar um dado difícil de quantificar, mas que é bem comentado: O de que o Uruguaio não se limita a ser artilheiro, mesmo quando o é. Ele também faz o time crescer de produção e, mesmo quando não está bem, sua presença já dá algum resultado positivo ao clube.
ResponderExcluirIsso é algo que eu, particularmente, admiro em jogadores e que os fazem crescer no meu ranking pessoal dos melhores: o impacto que a presença (ou outra forma de ver: a ausência) de um jogador causam no time, tanto no desempenho jogo a jogo como em títulos (mais fácil de quantificar). Gerrard tinha muito isso. Zidane também (por exemplo, na seleção que era um timaço: com ele, duas finais de Copa, 1 Euro. Sem ele, Copa de 2002 horrível, eliminatórias cambaleantes, etc etc). Neste ponto, nem Cruijff (Holanda chegou à final em 1978) e nem mesmo Pelé (Brasil campeão em 1962, Santos campeão mundial em 1963 - perdeu o jogo com o Pelé e venceu os dois sem ele) tiveram tanto impacto...
Mas acho que aí foge um pouco do tema atual. Fica a dica pra outra oportunidade de comparação de jogadores.