sexta-feira, 26 de julho de 2013

Libertadores: um novo campeão... de novo!


Em um jogo dramático, o Atlético-MG sagrou-se campeão da Copa Libertadores da América de 2013. Com todos os méritos, o Galo repete o feito alcançado pelo Corinthians no ano passado, e entra para o grupo dos campeões continentais brasileiros.

A esta altura, no entanto, é inevitável a sensação de que ganhar a Libertadores já não é um feito tão “especial” como antigamente. Não só por ser a primeira vez que o Brasil vence 4 vezes seguidas o torneio continental, mas principalmente pelo fato de 4 times diferentes terem sido campeões – 2 dos quais ganharam títulos inéditos em suas histórias.

O fato é que a rotatividade entre os melhores da Libertadores está impressionante. Nos últimos 7 anos, foram 7 campeões diferentes. Isso não chega a ser um recorde, já que entre 1983 e 1992 o torneio teve 10 vencedores, sem repetições. O que chama a atenção, porém, é o fato de nos últimos 6 anos 12 times diferentes terem chegado à final – isso, sim, algo inédito. Entre os brasileiros, a variedade também impressiona. Desde 2005, 9 clubes diferentes do País a chegaram à decisão.

De maneira mais ampla, pode-se dizer que, com exceção de um período de domínio do Boca Juniors e de um “bis” do Internacional, a rotatividade foi absoluta na Libertadores. Nos últimos 20 anos, foram 14 campeões diferentes (na Europa foram 12, número também alto, mas mais “normal” pelo fato de 5 times terem conseguido mais de uma conquista).

E o que todas essas informações querem dizer? Primeiro, o óbvio: que a Libertadores é muito equilibrada. Mas é possível um olhar mais crítico. Se todo ano há um campeão diferente – pior, se todo ano há 2 finalistas diferentes –, o mais provável é que não exista nenhum grande time, e os vencedores acabem sendo determinados mais pela boa fase desta ou daquela equipe, combinada com doses de sorte e raça.

Essa visão pessimista é corroborada pela ausência de grandes craques nos elencos dos recentes campeões. Por exemplo, você colocaria algum dos atuais vencedores entre os 30 maiores jogadores da história do Atlético-MG? Rogério Ceni e, talvez, Neymar à parte, nenhum jogador que ganhou a Libertadores com Corinthians, Santos, Internacional e São Paulo nos últimos anos está entre os ídolos históricos de seu clube.

Não é por acaso que desde 2001 nenhum time é bicampeão da Libertadores. Pior: desde 2006, nenhum campeão sequer chegou à final do torneio seguinte. Quer mais? Dos últimos 7 campeões, só 2 alcançaram a semifinal um ano depois; outros 2 passaram o vexame de cair na 1ª fase!

Além disso, ficar entre os 4 melhores do torneio não é exatamente um feito “exclusivo”: nos últimos 6 anos, foram 21 semifinalistas diferentes (só Santos, Boca Juniors e Universidad de Chile chegaram mais de uma vez, no período). É verdade que torneios de mata-mata são propensos a oscilações, mas isso já é demais.

Só para reforçar: nenhum desses fatos tira o mérito da conquista do Atlético-MG. O que se pode é dar esperanças a torcedores do Fluminense e Botafogo: com tanta rotatividade, sua hora não tardará a chegar!

PS: Para fechar, uma curiosidade. Já foi bastante noticiado que Ronaldinho Gaúcho é o 4º jogador a ganhar a Liga dos Campeões, a Libertadores e a Copa do Mundo (junto com Cafu, Roque Junior e Dida). No entanto, o atleticano é o 1º da história a levar os três títulos sendo titular em todas as decisões!

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