sábado, 19 de maio de 2012

Ser bicampeão da Liga dos Campeões é tarefa difícil

Neste sábado, Bayern de Munique e Chelsea disputam a final da Liga dos Campeões 2011/2. Na decisão, chama a surpresa é a ausência do Barcelona, sem dúvida o melhor time da atualidade. Não foram poucos os que consideraram a eliminação na semifinal um indício de que o time catalão “não é tão bom”.

No entanto, essa é uma avaliação precipitada. A história mostra que é muito difícil ganhar a Liga dos Campeões duas vezes seguidas: nos últimos 30 anos, o único time a alcançar tal feito foi o Milan, ganhador em 1989 e 1990 (na Libertadores, nesse mesmo período, Boca Juniors e São Paulo conseguiram a proeza).

Os motivos para a rotatividade não são difíceis de explicar: há uma grande quantidade de boas equipes (o Chelsea, embora certamente não esteja no nível do Barça, não é nenhum timeco), e o formato em mata-mata é mesmo propenso a surpresas.

A rotatividade na LC nos últimos 30 anos é mesmo impressionante: a dobradinha do Milan em 89-90 não só foi a única vez em que um time sagrou-se bicampeão; foi também a única em que a taça foi duas vezes seguidas para o mesmo país. O período mais equilibrado aconteceu entre 1991 e 1999, quando foram 9 campeões diferentes, de 7 países: Crvena Zvezda, Barcelona, Olympique de Marselha, Milan, Ajax, Juventus, Borussia Dortmund, Real Madrid e Manchester United.

O interessante é que, até a década de 1980, era comum ver períodos de domínio de um país: de 1956 a 1960, os títulos foram para a Espanha (Real Madrid); 1961 e 1962, para Portugal (Benfica); de 1963 a 1965, para a Itália (Milan e Inter); de 1970 a 1973, para a Holanda (Feyenoord e Ajax); de 1974 a 1976, para a Alemanha (Bayern); e de 1977 a 1982, para a Inglaterra (Liverpool, Nottingham Forest e Aston Villa).

Se, nos últimos 30 anos, foi difícil ser campeão, chegar a finais consecutivas não foi tarefa tão espinhosa. Isso aconteceu 7 vezes: Manchester United (ganhou 2008, perdeu 2009); Valencia (perdeu em 2000 e 2001); Juventus (ganhou 1996, perdeu 1997 e 1998); Ajax (ganhou 1995, perdeu 1996); Milan (perdeu 1993, ganhou 1994, perdeu 1995); Milan (ganhou 1989 e 1990) e Liverpool (ganhou 1984, perdeu 1985).

Nos últimos 15 anos, outro fenômeno tem acontecido: títulos em anos alternados. O Real Madrid foi campeão em 1998, 2000 e 2002; já o Barcelona ficou com a taça em 2009 e 2011. Mais um motivo para apostar no Barça campeão em 2013...

Uma última curiosidade: se há rotatividade nos títulos, a história é diferente entre os vice-campeões. Nos últimos 6 anos, o segundo colocado da LC sempre foi um time inglês ou o Bayern de Munique. Independentemente de quem ganhe neste sábado, essa é uma série que será mantida.

2 comentários:

  1. Alexandre Garrincha21 de maio de 2012 às 20:52

    Ótima análise. Logicamente é um dos maiores e mais equilibrados campeonatos do mundo. Até pelo formato e por tudo que já foi escrito, realmente é improvável termos um bicampeão, só se for um time que esteja destoando demais e ainda se encaixar contra todos os adversários. Excelente o trabalho estatístico, só vou fazer uma correção: dos 4 títulos holandeses no início dos anos 1970, o primeiro (que precedeu o tri do Ajax) foi do Feyenoord, e não do PSV.

    ResponderExcluir
  2. Ops, tem razão! Comi bola no caso do título do Feyenoord!
    Já fiz a correção.
    Obrigado!

    ResponderExcluir