No último sábado, dia 19 de maio, teve início do Campeonato Brasileiro. Como
de costume, o torneio começou acanhado, após a emoção das finais estaduais, e
escondido no meio das quartas-de-final da Libertadores e Copa do Brasil. Para
desvalorizar ainda mais o início da competição, os primeiros jogos ainda foram
marcados para o mesmo dia da final da Liga dos Campeões.
O fato é que, passados cinco longos meses, muito mudou desde o fim do último
Brasileirão. Assim, o que se pode esperar das equipes no campeonato deste ano?
Um indicativo pode ser o desempenho nos jogos que fizeram contra outras equipes
da Série A, em 2012. Vejamos como cada um se saiu:
Pos.
|
Time
|
V
|
E
|
D
|
Total
|
%
|
1
|
Santos
|
5
|
1
|
2
|
8
|
66,7%
|
2
|
Sport
|
2
|
2
|
0
|
4
|
66,7%
|
3
|
Corinthians
|
4
|
1
|
2
|
7
|
61,9%
|
4
|
Grêmio
|
2
|
1
|
1
|
4
|
58,3%
|
5
|
Fluminense
|
4
|
3
|
2
|
9
|
55,6%
|
6
|
São Paulo
|
4
|
1
|
3
|
8
|
54,2%
|
7
|
Palmeiras
|
2
|
2
|
1
|
5
|
53,3%
|
8
|
Atlético-GO
|
1
|
0
|
1
|
2
|
50,0%
|
9
|
Flamengo
|
2
|
1
|
2
|
5
|
46,7%
|
10
|
Bahia
|
1
|
1
|
1
|
3
|
44,4%
|
11
|
Botafogo
|
2
|
3
|
2
|
7
|
42,9%
|
12
|
Vasco
|
3
|
1
|
4
|
8
|
41,7%
|
13
|
Ponte Preta
|
4
|
0
|
6
|
10
|
40,0%
|
14
|
Atlético-MG
|
0
|
1
|
0
|
1
|
33,3%
|
14
|
Cruzeiro
|
0
|
1
|
0
|
1
|
33,3%
|
16
|
Internacional
|
1
|
3
|
3
|
7
|
28,6%
|
17
|
Náutico
|
0
|
2
|
2
|
4
|
16,7%
|
18
|
Portuguesa
|
0
|
2
|
5
|
7
|
9,5%
|
*Coritiba e Figueirense não fizeram nenhum jogo contra times da Série A
Pelas desigualdades na base de comparação, é evidente que esta tabela não
deve ser levada ao pé da letra. Mas alguns indícios podem ser úteis ao se fazer
previsões.
Com um bom retrospecto de 5 vitórias em 8 jogos, o Santos mostra que é mesmo
um forte candidato ao título – desde que não sofra de novo com a ressaca (do
título ou da eliminação) da Libertadores. Os corintianos também têm motivos
para se animar com a chance de um bicampeonato. Na outra ponta, a Portuguesa
parece propensa a repetir no Brasileiro o rebaixamento que sofreu no Paulista.
Também podemos apostar em mais um campeonato equilibrado: nenhum time
manteve aproveitamento superior a 2 pontos por jogo, e só 3 ficaram abaixo da
média de 1 por partida.
É importante apontar, no entanto, algumas distorções da lista. O caso dos
pernambucanos é uma delas: Sport é o vice-líder e Náutico, o vice-lanterna. Mas
esses resultados são decorrentes só de jogos entre os dois times. Na realidade,
o máximo que dá para afirmar é que o Sport chega ao Brasileiro melhor que o
Náutico.
Outra falha é a posição do Internacional. Se o Colorado não pode ser
considerado candidato ao título, com base em seus resultados, também seria
exagero imaginá-lo como possível rebaixado. A distorção se deve ao fato de o
Inter ter enfrentado, na média, adversários mais difíceis que os outros times: jogou
2 vezes contra Santos e Fluminense, além de fazer 3 clássicos contra o Grêmio.
Essa tabela de confrontos serve para expor, mais uma vez, o absurdo que é o
calendário do futebol brasileiro. Em mais de 4 meses e meio, Coritiba e Figueirense
não enfrentaram nenhum adversário da primeira divisão. É quase um semestre
inteiro perdido, em que não há padrão mínimo de comparação para avaliar o real estado
da equipe. Situação parecida viveram os “grandes” Cruzeiro e Atlético-MG, que
só fizeram 1 jogo contra times da Série A: o próprio clássico entre os dois, na
primeira fase do Campeonato Mineiro.
Por outro lado, poderia se dizer que algumas equipes até tiveram uma “pré-temporada”
razoável: a Ponte Preta fez 10 jogos contra times da primeira divisão, o
Fluminense fez 9, e outras 3 equipes fizeram 8. Mesmo assim, de janeiro a maio,
só tivemos, no total, 50 partidas entre equipes da Série A – absurdamente pouco
para um período tão longo.
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