segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A Copa do Mundo de acordo com o Novo Ranking de Seleções


Como estamos em ano de Copa do Mundo, é interessante usar o Novo Ranking deSeleções para fazer algumas previsões e análises sobre as chaves do Mundial.

Comecemos pela escolha dos cabeças-de-chave. Cinco deles são indiscutíveis (Brasil, Argentina, Uruguai, Espanha e Alemanha), mas os outros três diferem muito. De acordo com o ranking deste blog, os países indicados deveriam ter sido Holanda, Itália e Estados Unidos. Ok, a inclusão dos norte-americanos seria esquisita, mas sem dúvida é melhor que três dos cabeças-de-chave da Fifa – Colômbia (23ª no Novo Ranking), Suíça (26ª) e Bélgica (41ª).

Não por acaso, dois dos grupos que têm esses países como cabeças-de-chave estão entre os três mais fracos do Mundial. Tomando como base a posição das equipes no Novo Ranking (a soma dos 4 integrantes da chave), o pior de todos, de longe, é o grupo H, em que Rússia, Argélia e Coreia do Sul se juntam à Bélgica. A soma dos rankings dessas seleções dá 143, 31 “pontos” a mais do que o segundo grupo mais fraco, o F, no qual a Argentina deverá passear contra Bósnia, Nigéria e Irã. A terceira chave mais fraca é a E (a da Suíca), na qual nenhuma das quatro equipes está entre as 20 primeiras colocadas no ranking do blog.

Do outro lado, os três cabeças-de-chave “ignorados” contribuíram para formar as três chaves mais difíceis. Pelo critério da soma das posições, o “grupo da morte” é o da Alemanha (G), que reúne o 3º (Alemanha), o 8º (EUA), o 10º (Gana) e o 14º (Portugal) colocados. Note-se que são 4 times mais bem colocados que qualquer equipe do grupo E e do grupo H! O mesmo pode ser dito do grupo B (da Holanda), onde o mais fraco dos integrantes, a Austrália, ocupa a 19ª posição na lista. Seguindo a lógica, o Novo Ranking mostra que a terceira chave mais difícil seria a D, da Itália, na qual a soma das posições dos quatro times dá 51.

Já que estamos falando de melhores e piores, vale a pena destacar as equipes mais bem ranqueadas que não virão à Copa do Mundo. São elas: Paraguai (11º), Panamá (18º), Venezuela (25º), Dinamarca (28º) e Peru (29º). Por outro lado, os times mais fracos que estarão no Brasil são Camarões (57º), Bósnia (46º), Argélia (46º), Bélgica (41º) e Equador (39º).

Por fim, façamos uma simulação. Se os resultados da Copa do Mundo de 2014 seguirem exatamente as posições do Novo Ranking de Seleções, quais seriam os resultados do torneio? Vejamos:

Oitavas-de-final:
Brasil x Holanda
Espanha x México
Japão x Itália
Uruguai x Costa do Marfim
Honduras x Nigéria
Argentina x França
Alemanha x Rússia
Coreia do Sul x Estados Unidos

Quartas-de-final
Holanda x Itália
Honduras x Alemanha
Espanha x Uruguai
Argentina x Estados Unidos

Semifinais
Holanda x Alemanha
Espanha x Argentina

Final
Alemanha x Espanha

Campeão: Espanha

A primeira coisa interessante a se notar é que a Rússia, 36ª colocada da lista, chegaria às oitavas-de-final, ao mesmo tempo em que 10 equipes mais bem ranqueadas ficariam de fora – o maior injustiçado seria Gana, 10º no ranking. Há outras 4 seleções que estão entre as 16 melhores da Copa (de acordo com o Novo Ranking), mas não passariam de fase porque deram azar no sorteio: Chile, Grécia, Inglaterra e Portugal. Do outro lado, os “sortudos”, além da Rússia, seriam Honduras, França, Nigéria e Coreia do Sul.

Vale dizer que, além dessa simulação, fiz algumas outras, usando diferentes métodos de contagem de pontos para elaboração das listas (por exemplo, descartando pontos ganhos em 2010), além de uma montada com base no ranking da Fifa de janeiro. O mais interessante é que, em todos os métodos, três semifinalistas foram sempre os mesmos: Espanha, Alemanha e Argentina. E, em nenhuma hipótese, o 4º semifinalista foi o Brasil (os outros países que apareceram nas “semis” foram Holanda, Itália e Colômbia – esta última indicada pelo ranking da Fifa). Fica aí a dica para apostar no bolão do seu escritório!

2 comentários:

  1. Na verdade, vendo por esse lado, percebe-se que este sistema acabou por dar uma favorecidinha nos países da CONCACAF, que nitidamente possuem nível técnico inferior aos que os rodeiam no ranking. A consideração de Itália e Holanda como cabeças-de-chave, mas agora em relação aos estadunidenses eu já não vejo tanto com bons olhos e, permita-me fazer uma retificação em relação ao teu comentário, nem acho que este último "sem dúvida é melhor que três dos cabeças-de-chave da Fifa – Colômbia (23ª no Novo Ranking), Suíça (26ª) e Bélgica (41ª)" - inclusive a Colômbia acabou atingindo uma semifinal nas tuas simulações. Mas, em relação ao texto total, foi ótimo. O Brasil não teria como passar das oitavas de qualquer maneira, pois é impossível fugir de Holanda ou Espanha (na simulação, pois na vida real até que o Chile tem suas chancezinhas). E, assim como na vida real, teríamos os embates de "gigantes" (jogos 1 e 6, por exemplo) e os embates de "surpresas" (jogos 5 e 8, por exemplo) nas oitavas. Honduras na semifinal seria épico...

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    1. Realmente, o Novo Ranking deu uma sobrevalorizada nos times da Concacaf - especialmente no caso de Honduras.
      Ah, mas vale ressaltar que a única simulação em que a Colômbia chega à semifinal da Copa foi a feita com base no ranking da Fifa (de fato, a entidade aponta a equipe como a 4ª melhor do mundo!). Aliás, vale dizer que, pelo ranking da entidade, todos os classificados para as oitavas seriam europeus (12 times) ou sul-americanos (os outros 4)!

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