Ao longo da história do Campeonato Brasileiro, a CBF usou muitos
critérios esdrúxulos para colocar times na competição. Até a média de público
nos estádios foi usada para classificar equipes em uma edição.
Isso nos leva a imaginar... E se, num rompante de “criatividade”, o
novo presidente da CBF decidisse que seria mais justo distribuir as vagas no
Brasileirão de acordo com a população das cidades? Assim, o povo brasileiro
ficaria mais bem representado no Nacional, não é?
O critério seria o seguinte: a primeira vaga vai para a maior cidade
(São Paulo), que volta à lista com sua população dividida por 2. A vaga
seguinte vai para a cidade no topo da lista (no caso, o Rio de Janeiro), que
também tem sua população dividia e volta para a listagem. Repete-se o processo
até que as 20 vagas da Série A e as 20 da Série B sejam preenchidas. Em cada
cidade, escolhem-se os times de acordo com a classificação no último Campeonato
Brasileiro (esgotadas as quatro divisões, usa-se o último campeonato estadual).
Por esse critério, São Paulo ficaria com um total de 12 vagas. Dentro
do critério, é justo, já que e população paulistana dividida por 12 (943.012
habitantes) ainda é maior que o número de pessoas da maior cidade que ficou
fora da lista (Duque de Caxias/RJ, com 861.157 habitantes). Os dados
populacionais para elaboração da tabela foram extraídos da Wikipédia.
Assim, o “Brasileirão da população” ficaria da seguinte forma:
Série A
|
||
Clube | Cidade | População |
Corinthians | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Vasco | Rio de Janeiro/RJ | 6.355.949 |
São Paulo | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Palmeiras | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Fluminense | Rio de Janeiro/RJ | 6.355.949 |
Portuguesa | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Bahia | Salvador/BA | 2.693.605 |
Brasiliense | Brasília/DF | 2.609.997 |
Ceará | Fortaleza/CE | 2.476.589 |
Atlético-MG | Belo Horizonte/MG | 2.385.639 |
Audax | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Flamengo | Rio de Janeiro/RJ | 6.355.949 |
Juventus | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Nacional-AM | Manaus/AM | 1.832.426 |
Coritiba | Curitiba/PR | 1.764.540 |
Nacional-SP | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Botafogo | Rio de Janeiro/RJ | 6.355.949 |
Náutico | Recife/PE | 1.546.516 |
Grêmio Barueri* | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Internacional | Porto Alegre/RS | 1.413.094 |
Série B
|
||
Clube | Cidade | População |
Paysandu | Belém/PA | 1.402.056 |
Vitória | Salvador/BA | 2.693.605 |
Atlético-GO | Goiânia/GO | 1.318.148 |
Gama | Brasília/DF | 2.609.997 |
Madureira | Rio de Janeiro/RJ | 6.355.949 |
São Caetano* | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Fortaleza | Fortaleza/CE | 2.476.589 |
Flamengo-SP | Guarulhos/SP | 1.233.436 |
Cruzeiro | Belo Horizonte/MG | 2.385.639 |
Santo André* | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Ponte Preta | Campinas/SP | 1.088.611 |
Olaria | Rio de Janeiro/RJ | 6.355.949 |
São Bernardo* | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Sampaio Correa | São Luís/MA | 1.027.429 |
Bela Vista | São Gonçalo/RJ | 1.008.064 |
CRB | Maceió/AL | 943.109 |
Grêmio Osasco* | São Paulo/SP | 11.316.149 |
Fast | Manaus/AM | 1.832.426 |
Bangu | Rio de Janeiro/RJ | 6.355.949 |
Ypiranga | Salvador/BA | 2.693.605 |
*Como a cidade de São Paulo hoje tem só 7 equipes profissionais, foram
incluídos times de municípios vizinhos
As tabelas acima, claro, servem só de curiosidade. Mesmo assim, elas
deixam claro que o tamanho da população das cidades não é o principal fator, na
vida real, para determinar o sucesso de um time. O melhor exemplo é o Santos,
um dos times mais vitoriosos do Brasil, mas que não ficaria nem entre os 40
pelo tamanho de sua cidade.
Mais interessante é notar como em várias regiões há um potencial
subaproveitado, de cidades grandes que não conseguem emplacar times
importantes, como Brasília e São Luís. Municípios vizinhos a grandes centros
também não desenvolvem times grandes, como no caso de Guarulhos (vizinho a São
Paulo) e São Gonçalo (vizinho ao Rio de Janeiro).
De resto, este curioso ranking expõe o gigantismo das duas maiores
cidades do país. Com mais de 11 milhões de habitantes, São Paulo teoricamente
poderia abrigar até 12 times entre os 40 maiores do Brasil. Parece absurdo, mas
coisa semelhante acontece com Buenos Aires, no futebol argentino. Já o Rio de
Janeiro poderia ter até 7 equipes de grande/médio porte em nível nacional – há
50 anos, até chegou perto disso.
Isso mostra como o futebol de Santa Catarina é organizado. Nesta tabela não temos nenhum time, mas na "vida real" temos um na Série A e 3 na Série B, e um ainda na Série C que bateu na trave nas 2 últimas temporadas. Florianópolis, com 1 time em cada divisão (A e B), tem pouco mais de 400.000 hab.. Joinville, a maior cidade do Estado, com 1 time na B, tem pouco mais de 500.000. Outro time na B é o Criciúma, cuja cidade não chega a 200.000 habitantes, mesmo caso de Chapecó, com um time na C.
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