sábado, 24 de março de 2012

E se as vagas no Brasileirão fossem distribuídas pelo tamanho das cidades?

Ao longo da história do Campeonato Brasileiro, a CBF usou muitos critérios esdrúxulos para colocar times na competição. Até a média de público nos estádios foi usada para classificar equipes em uma edição.

Isso nos leva a imaginar... E se, num rompante de “criatividade”, o novo presidente da CBF decidisse que seria mais justo distribuir as vagas no Brasileirão de acordo com a população das cidades? Assim, o povo brasileiro ficaria mais bem representado no Nacional, não é?

O critério seria o seguinte: a primeira vaga vai para a maior cidade (São Paulo), que volta à lista com sua população dividida por 2. A vaga seguinte vai para a cidade no topo da lista (no caso, o Rio de Janeiro), que também tem sua população dividia e volta para a listagem. Repete-se o processo até que as 20 vagas da Série A e as 20 da Série B sejam preenchidas. Em cada cidade, escolhem-se os times de acordo com a classificação no último Campeonato Brasileiro (esgotadas as quatro divisões, usa-se o último campeonato estadual).

Por esse critério, São Paulo ficaria com um total de 12 vagas. Dentro do critério, é justo, já que e população paulistana dividida por 12 (943.012 habitantes) ainda é maior que o número de pessoas da maior cidade que ficou fora da lista (Duque de Caxias/RJ, com 861.157 habitantes). Os dados populacionais para elaboração da tabela foram extraídos da Wikipédia.

Assim, o “Brasileirão da população” ficaria da seguinte forma:

Série A
Clube Cidade População
Corinthians São Paulo/SP 11.316.149
Vasco Rio de Janeiro/RJ 6.355.949
São Paulo São Paulo/SP 11.316.149
Palmeiras São Paulo/SP 11.316.149
Fluminense Rio de Janeiro/RJ 6.355.949
Portuguesa São Paulo/SP 11.316.149
Bahia Salvador/BA 2.693.605
Brasiliense Brasília/DF 2.609.997
Ceará Fortaleza/CE 2.476.589
Atlético-MG Belo Horizonte/MG 2.385.639
Audax São Paulo/SP 11.316.149
Flamengo Rio de Janeiro/RJ 6.355.949
Juventus São Paulo/SP 11.316.149
Nacional-AM Manaus/AM 1.832.426
Coritiba Curitiba/PR 1.764.540
Nacional-SP São Paulo/SP 11.316.149
Botafogo Rio de Janeiro/RJ 6.355.949
Náutico Recife/PE 1.546.516
Grêmio Barueri* São Paulo/SP 11.316.149
Internacional Porto Alegre/RS 1.413.094

Série B
Clube Cidade População
Paysandu Belém/PA 1.402.056
Vitória Salvador/BA 2.693.605
Atlético-GO Goiânia/GO 1.318.148
Gama Brasília/DF 2.609.997
Madureira Rio de Janeiro/RJ 6.355.949
São Caetano* São Paulo/SP 11.316.149
Fortaleza Fortaleza/CE 2.476.589
Flamengo-SP Guarulhos/SP 1.233.436
Cruzeiro Belo Horizonte/MG 2.385.639
Santo André* São Paulo/SP 11.316.149
Ponte Preta Campinas/SP 1.088.611
Olaria Rio de Janeiro/RJ 6.355.949
São Bernardo* São Paulo/SP 11.316.149
Sampaio Correa São Luís/MA 1.027.429
Bela Vista São Gonçalo/RJ 1.008.064
CRB Maceió/AL 943.109
Grêmio Osasco* São Paulo/SP 11.316.149
Fast Manaus/AM 1.832.426
Bangu Rio de Janeiro/RJ 6.355.949
Ypiranga Salvador/BA 2.693.605
*Como a cidade de São Paulo hoje tem só 7 equipes profissionais, foram incluídos times de municípios vizinhos

As tabelas acima, claro, servem só de curiosidade. Mesmo assim, elas deixam claro que o tamanho da população das cidades não é o principal fator, na vida real, para determinar o sucesso de um time. O melhor exemplo é o Santos, um dos times mais vitoriosos do Brasil, mas que não ficaria nem entre os 40 pelo tamanho de sua cidade.

Mais interessante é notar como em várias regiões há um potencial subaproveitado, de cidades grandes que não conseguem emplacar times importantes, como Brasília e São Luís. Municípios vizinhos a grandes centros também não desenvolvem times grandes, como no caso de Guarulhos (vizinho a São Paulo) e São Gonçalo (vizinho ao Rio de Janeiro).

De resto, este curioso ranking expõe o gigantismo das duas maiores cidades do país. Com mais de 11 milhões de habitantes, São Paulo teoricamente poderia abrigar até 12 times entre os 40 maiores do Brasil. Parece absurdo, mas coisa semelhante acontece com Buenos Aires, no futebol argentino. Já o Rio de Janeiro poderia ter até 7 equipes de grande/médio porte em nível nacional – há 50 anos, até chegou perto disso.

Um comentário:

  1. Isso mostra como o futebol de Santa Catarina é organizado. Nesta tabela não temos nenhum time, mas na "vida real" temos um na Série A e 3 na Série B, e um ainda na Série C que bateu na trave nas 2 últimas temporadas. Florianópolis, com 1 time em cada divisão (A e B), tem pouco mais de 400.000 hab.. Joinville, a maior cidade do Estado, com 1 time na B, tem pouco mais de 500.000. Outro time na B é o Criciúma, cuja cidade não chega a 200.000 habitantes, mesmo caso de Chapecó, com um time na C.

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