Média de gols continua subindo na Europa

No texto passado, mostrei que diminuiu o equilíbrio nos principais campeonatos europeus, na última temporada. Mas nem tudo são más notícias no Velho Continente: se, por um lado, os times estão menos nivelados, por outro, o número de gols aumentou.

Vejamos quais foram as médias de gols dos principais campeonatos da Europa e do mundo nesta temporada (considerando 2011/2 na Europa e 2011 para os que seguem o calendário solar):

Pos	Campeonato	Gols/Jogo
1	Holandês	3,258
2	Belga	2,896
3	Alemão	2,859
4	Japonês	2,827
5	Inglês	2,805
6	Liga dos Campeões	2,800
7	Espanhol	2,763
8	Coreano	2,720
9	Brasileiro	2,676
10	Português	2,646
11	Libertadores	2,645*
12	Escocês	2,636
13	Turco	2,606
14	Norte-Americano	2,564
15	Italiano	2,561
16	Francês	2,513
17	Mexicano	2,491
18	Russo	2,378
19	Argentino	2,311
20	Grego	2,221

*Não inclui a final

Em relação à temporada passada, a principal mudança foi o aumento de gols do Campeonato Belga, que subiu da 12ª para a 2ª posição entre os mais ofensivos. Holanda e Alemanha mantiveram a tradição de muitos gols.

Na parte de baixo da lista, a Grécia combina a escassez de dinheiro com a falta de gols, tornando-se o torneio mais defensivo da temporada. No entanto, o país que mais caiu no ranking foi o México: foi do 6º para o 17º lugar. Argentina, França e Itália seguem firmes entre os mais retranqueiros.

Mais importante que o sobe-e-desce dos campeonatos é a análise da tendência geral. E, nesse aspecto, as notícias do futebol europeu são excelentes: pelo 3º anos seguido, a média de gols subiu. Considerando-se os 8 torneios mais importantes do continente (Alemão, Francês, Holandês, Português, Italiano, Espanhol, Inglês e Liga dos Campeões), a média de gols foi de 2,776 por partida, contra 2,727 da temporada passada. 

Trata-se do maior valor registrado desde 2002, quando iniciei o cálculo da série histórica (pretendo, em breve, ampliá-la para anos anteriores). Vale lembrar que, no mesmo período, a América do Sul apresenta tendência de queda no número de gols marcados, conforme mostra este texto.

Equilíbrio cai na Europa em 2011/2

Terminada mais uma temporada no futebol europeu, o Campeonato Brasileiro continua absoluto como o torneio mais equilibrado do mundo – considerados apenas os campeonatos mais relevantes do planeta.

Vejamos como ficou o ranking desta temporada (o método de cálculo estáexplicado aqui). Os resultados são de 2011/2 para os europeus e de 2011 para os que seguem o calendário solar:

Pos.	Campeonato	Índice
1	Brasil (Série A)	67,0%
2	Brasil (Série B)	61,7%
3	Rússia	60,7%
4	França	57,1%
5	Espanha	56,9%
6	Itália	55,9%
7	Japão	54,3%
8	Argentina	53,6%
9	Alemanha	50,8%
10	Grécia	49,5%
11	Inglaterra	49,0%
12	Escócia	48,1%
13	Holanda	44,9%
14	Portugal	38,2%
15	Ucrânia	33,7%

*Turquia e Bélgica não entraram no ranking porque seus campeonatos não foram disputados por pontos corridos

Em geral, o nível de equilíbrio dos campeonatos europeus caiu em relação à temporada passada. Dentre os 10 campeonatos atualizados, 7 viram diminuir o equilíbrio (os únicos que aumentaram foram Espanha, Itália e Escócia). Assim, o Brasileirão, que já era o torneio mais equilibrado, aumentou a diferença sobre os outros.

A surpresa do ranking é a Rússia, que se tornou o mais equilibrado entre os europeus, superando a França. Em terceiro vem a Espanha – seu índice é relativamente alto porque, se Real e Barcelona estão anos-luz na frente dos outros, as demais 18 equipes são bastante niveladas.

No pé da lista, não é surpresa encontrarmos Portugal e Ucrânia, dois torneios habitualmente desnivelados. Mas os índices de (des)equilíbrio deste ano, abaixo de 40%, são os menores já encontrados.

Estatísticas da Libertadores para corintianos e santistas

O Corinthians conseguiu na última quarta-feira uma das vitórias mais importantes de sua história. O triunfo sobre o Santos traz à mente algumas estatísticas interessantes para os torcedores dos dois times.

O Corinthians, agora, pensa na final da Libertadores. É o 12º segundo time brasileiro a chegar à decisão do torneio. Então, vale perguntar: como se saíram os outros representantes do País em sua primeira final? Vejamos:

TIME	ANO	ADVERSÁRIO	PLACARES	RESULTADO
Palmeiras	1961	Peñarol	0x1/1x1	Perdeu
Santos	1962	Peñarol	2x1/2x3/3x0	Ganhou
São Paulo	1974	Independiente	2x1/0x2/0x1	Perdeu
Cruzeiro	1976	River Plate	4x1/1x2/3x2	Ganhou
Flamengo	1981	Cobreloa	2x1/0x1/2x0	Ganhou
Grêmio	1983	Peñarol	1x1/2x1	Ganhou
Vasco	1998	Barcelona	2x0/2x1	Ganhou
São Caetano	2002	Olimpia	1x0/1x2	Perdeu
Atlético-PR	2005	São Paulo	1x1/0x4	Perdeu
Internacional	1980	Nacional	0x0/0x1	Perdeu
Fluminense	2008	LDU	2x4/3x1	Perdeu

Ao todo, foram 5 vitórias e 6 derrotas dos brasileiros. E note-se que os 3 estreantes deste século perderam a decisão. Será diferente com o Corinthians?

O Santos, por sua vez, tenta descobrir os motivos de sua eliminação, já que, teoricamente, tinha uma equipe mais talentosa que o adversário. Uma estatística interessantíssima aparece quando examinamos o retrospecto do técnico Muricy Ramalho no mata-mata da Libertadores, contra times brasileiros:

TIME	ANO	FASE	ADVERSÁRIO	PLACARES	RESULTADO
São Paulo	2006	Oitavas-de-final	Palmeiras	1x1/2x1	Ganhou
São Paulo	2006	Final	Internacional	1x2/2x2	Perdeu
São Paulo	2007	Oitavas-de-final	Grêmio	1x0/0x2	Perdeu
São Paulo	2008	Quartas-de-final	Fluminense	1x0/1x3	Perdeu
São Paulo	2009	Quartas-de-final	Cruzeiro	1x2/0x2	Perdeu
Santos	2012	Semifinal	Corinthians	0x1/1x1	Perdeu

Como se vê, esta foi a 5ª eliminação seguida do treinador frente a adversários nacionais na competição. Curiosamente, contra estrangeiros, Muricy está invicto: ganhou todos os 9 confrontos que enfrentou (6 pelo Santos e 3 pelo São Paulo). Difícil explicar essa sina, ainda mais para um técnico que ganhou 4 dos últimos 6 Campeonatos Brasileiros...