terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Copa de 2022: avaliação das seleções

Terminada a 22ª Copa do Mundo, quem foi aprovado e quem ficou de recuperação? Confira a avaliação (totalmente subjetiva) das 32 equipes que disputaram o Mundial.

Argentina - 9
Finalmente a saga está completa: Lionel Messi é campeão mundial – e de forma merecida. A jornada argentina esteve longe de ser perfeita (derrota na estreia e duas vitórias nos pênaltis), mas o time mostrou força mental e capacidade de adaptação, qualidades indispensáveis para um campeão.

Marrocos - 9
Grande zebra da Copa, Marrocos tornou-se o primeiro time africano a chegar à semifinal de uma Copa. Com uma formação bem montada e uma entrega absurda dos jogadores, eliminou com méritos Bélgica, Espanha e Portugal. Prepare-se para uma onda de times pequenos tentando imitar a retranca marroquina.

França - 8
Primeiro time a chegar a duas finais seguidas desde o Brasil em 1998/2002, a França tem muitos pontos positivos a tirar do Mundial. Mesmo com oito desfalques, esteve muito perto de conquistar o tri e desde já é uma das candidatas ao título em 2026. E Kylian Mbappé tem tudo para se tornar o maior jogador da história das Copas.

Croácia - 8
Não se esperava que repetisse o desempenho de 2018, mas a Croácia quase conseguiu. Mesmo sem ter um timaço, chegaram à semifinal e ainda eliminaram o Brasil no caminho – se bem que com a ajuda de mais duas disputas de pênaltis. Nada mal.

Holanda - 7
Fez o que se esperava dela de maneira segura e quase foi além. Passou com tranquilidade por um grupo fácil, despachou os EUA e só foi eliminada pela Argentina nos pênaltis. O futuro parece promissor para a equipe.

Inglaterra - 7
“Jogamos como nunca, perdemos como sempre”. Seria a Inglaterra o novo México? Os ingleses jogaram bem todas as partidas, mas deram azar de enfrentar a França logo nas quartas-de-final – e poderiam ter avançado, não fosse o pênalti perdido por Kane. Com alguns ajustes, pode pensar em títulos no futuro.

Japão - 7
A primeira fase do Japão foi a mais improvável da história: ganhou da Espanha e da Alemanha, mas perdeu da Costa Rica. Depois, foi derrotada nos pênaltis pela Croácia. Com certeza, foi uma ótima campanha – embora já seja a 4ª vez nas últimas 6 Copas que o time cai nas oitavas-de-final.

Austrália - 7
Ninguém dava nada pelos australianos, mas eles se classificaram merecidamente no grupo D, vencendo Tunísia e Dinamarca. Não tinha como fazer frente à Argentina nas oitavas, então a campanha pode ser considerada um sucesso.

Coreia do Sul - 7
Mais um time da AFC que surpreendeu na primeira fase e caiu nas oitavas, a Coreia do Sul não pode negar que foi muito favorecida por enfrentar os reservas de Portugal na 3ª rodada. Mesmo assim, souberam aproveitar a oportunidade e conseguir uma classificação inesperada, para depois tomar um baile do Brasil.

Portugal - 6
Chegar nas quartas-de-final é mais ou menos o que se esperava de Portugal. O time mostrou um ótimo futebol em alguns momentos, mas decepcionou muito no jogo contra Marrocos. Com vários jovens talentosos no elenco, pode voar ainda mais alto no futuro.

Senegal - 6
Os senegaleses superaram a perda do astro Sadio Mané para conseguir o segundo lugar do grupo A. Missão cumprida. Contra a Inglaterra, nada puderam fazer.

Estados Unidos - 6
O país termina a Copa como o único time da Concacaf a superar a primeira fase. O futebol não teve nada de brilhante, mas sem dúvida foi acima de Irã e País de Gales. Um desempenho sólido, mas não muito mais que isso.

Arábia Saudita - 6
Viveram um sonho ao conseguir a primeira grande zebra da Copa, ganhando da Argentina de virada. Em seguida, voltaram à realidade, com derrotas para Polônia e México. Mesmo assim, voltam para casa com ótimas recordações.

Suíça - 5
Cumpriu seu papel ao vencer Sérvia e Camarões e ficar com o segundo lugar do grupo G (mais um golzinho e teria tirado o Brasil da liderança). O baile que levou de Portugal, porém, mostrou o quanto o time está longe dos melhores do mundo.

Polônia - 5
A Polônia não jogou bem e só conseguiu passar da primeira fase graças à incompetência do México. Fez o mínimo esperado, e só.

Irã - 5
O futebol do Irã ficou na sombra dos protestos que ocorrem contra o regime do país. E os jogadores tiveram postura digna, tanto fora de campo quanto dentro: ganharam bem do País de Gales e viveram alguns bons momentos nos outros jogos.

Tunísia - 5
Estreou com um bom empate contra a Dinamarca e ainda ganhou dos reservas da França na despedida. Mas falhou contra a Austrália, quando foi merecidamente derrotada. Como não esperava mesmo se classificar, o saldo é neutro.

Camarões - 5
Não passou da primeira fase, mas pelo menos se manteve competitivo: vendeu caro a derrota para a Suíça e empatou com a Sérvia. A vitória sobre o Brasil será lembrada por décadas, mesmo que tenha sido contra nosso time reserva.

Brasil - 4
Parece estranho dar nota 4 para um time que chegou às quartas-de-final. Mas é evidente que a equipe poderia conseguir mais. A Croácia é inferior ao Brasil, mas manteve o jogo relativamente equilibrado e mereceu levar a decisão para os pênaltis. No geral, a verdade é que o Brasil só jogou bem no segundo tempo da estreia e no primeiro contra a Coreia do Sul. Muito pouco para um elenco dessa qualidade.

Espanha - 4
Parecia candidata ao título quando destruiu a Costa Rica na estreia. Também impressionou no primeiro tempo contra a Alemanha, mas parou por aí. Acabou eliminada de forma idêntica a 2018: não soube furar a defesa de um adversário tecnicamente inferior e perdeu nos pênaltis. A Fúria tem ótimos jogadores, mas precisa transformar posse de bola em chances reais de gol.

Costa Rica - 4
Depois de perder por 7 a 0 na estreia, ter chegado a sonhar com a classificação na última rodada (mesmo que por apenas 1 minuto) foi um verdadeiro milagre. Mas, no final das contas, é inegável que o time esteve muito abaixo de seus rivais de grupo – mesmo com a vitória sobre o Japão.

Equador - 4
A missão do Equador era chegar às oitavas. Mesmo enfrentando o fraco Catar e o Senegal sem seu grande astro, o time falhou. Não foi um desastre, mas a equipe poderia ter conseguido mais.

Gana - 4
Foi um dos times mais divertidos da primeira fase, fazendo jogos animados contra Portugal, Coreia e Uruguai. Mas, na hora da decisão, foi amplamente superada e só teve a alegria de morrer abraçada com seus carrascos de 2010.

Canadá - 3
Mostrou lampejos de bom futebol, mas ficou distante de ser competitivo contra Bélgica, Croácia e Marrocos. Tem alguns bons valores, mas precisa melhorar muito se quiser fazer bom papel em casa, em 2026.

México - 3
Finalmente conseguiu quebrar a sequência de 7 eliminações nas oitavas-de-final... ao cair logo na primeira fase. Contentou-se com um empate contra a Polônia na estreia e acabou pagando caro por isso, ao não conseguir fazer três gols de diferença contra a Arábia Saudita, na última rodada.

Uruguai - 3
Ok, é inegável que o Uruguai foi prejudicado pela tabela (a Coreia nunca se classificaria se não enfrentasse os reservas de Portugal). Mas a verdade é que a Celeste não convenceu em nenhum momento e ainda levou um castigo merecido por ficar “cozinhando” o jogo contra Gana enquanto o placar lhe favorecia. Já passou da hora de começar um novo ciclo.

Sérvia - 3
Para um time que esperava brigar pela classificação, terminar em último lugar no grupo é um fracasso inegável. O fato das partidas contra Suíça e Camarões terem sido parelhas é pouco consolo para uma equipe da qual se esperava mais.

País de Gales - 3
Todo mundo sabia que o time de Gales era limitado, mas, com um pouco de sorte, daria para passar de fase – até porque o grupo B não era dos mais forte. Mas não só não passou, como acabou em último, sem jogar bem em nenhum momento.

Dinamarca - 2
Só não foi o grande fiasco da Copa graças a Alemanha e Bélgica. Começou mal, só empatando com a Tunísia, perdeu da França e depois da Austrália. E nem pode dizer que levou azar, já que todos os resultados foram mais que merecidos.

Alemanha - 2
Selou sua eliminação logo na estreia, quando perdeu para o Japão. Depois disso, precisaria de uma combinação improvável de resultados, que não veio. Até jogou direitinho contra Espanha e Costa Rica, mas isso não alivia o fracasso dos alemães, eliminados na primeira fase pela segunda vez seguida.

Catar - 1
Ok, todo mundo sabia que o Catar tinha um time fraco. Mas em 2019 o país foi campeão da Copa da Ásia (e três times da AFC passaram de fase), e ainda contava com a imensa vantagem de jogar em casa, num grupo fraco... E mesmo assim acabou em último lugar na Copa do Mundo, com 0 pontos e saldo de -6. Não dá para salvar nada nessa experiência.

Bélgica - 1
E o prêmio de fiasco da Copa vai mesmo para a Bélgica. Os belgas precisaram de um caminhão de sorte para ganhar do Canadá, perderam merecidamente para Marrocos e não incomodaram a Croácia. A “Ótima Geração Belga” merecia uma despedida melhor do que essa.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Estreantes para a Copa do Mundo de 2022 – quem chegou mais perto

Ainda falta definir três times que estarão na Copa de 2022. Mas já dá para afirmar, com certeza, que o único estreante em Mundiais será o anfitrião Catar.

Em junho do ano passado, publiquei uma lista com os timesque tinham mais chances de jogar sua primeira Copa em 2022. Evidentemente, nenhum deles conseguiu. Mas alguns chegaram perto. A título de curiosidade, vejamos quais foram os países que mais se aproximaram de ir para seu primeiro Mundial:

1. Mali
As Águias, que apareciam em 5º lugar na minha lista de junho, chegaram no playoff final da África, onde perderam por apenas 1 gol para a Tunísia.

2. Macedônia do Norte
Os macedônios foram a maior surpresa das Eliminatórias. Não só superaram a Romênia e a Islândia na primeira fase, como ainda eliminaram a Itália na repescagem. Na última etapa, perderam para Portugal, ficando a 2 gols da Copa do Mundo.

3. Benin
Depois dos países que ficaram a um jogo de se classificar para a Copa, a lista fica mais subjetiva. O Benin aparece em 4º porque esteve a 1 ponto de beliscar uma vaga no playoff decisivo da África, onde ainda teria que derrotar mais um adversário para chegar ao Mundial.

4. Cabo Verde
A exemplo do Benin, chegou perto do playoff final, mas ficou a 2 pontos da vaga.

5. Guiné Equatorial
Outro africano que quase surpreendeu, perdeu a vaga no playoff para a Tunísia, também por 2 pontos.

6. Burkina Fasso
A Burkina era um dos países mais cotados para estrear em 2022 (2º na minha lista), mas nem chegou ao playoff decisivo, ficando 2 pontos atrás da Argélia.

7. Ilhas Salomão
Ok, precisaria de dois verdadeiros milagres para as Ilhas Salomão para chegarem à Copa do Mundo (teriam que ganhar da Nova Zelândia e da Costa Rica). Ainda assim, graças ao caminho fácil na OFC, foi um dos times que chegou mais perto de estrear.

8. Finlândia
O número 1 da minha lista original ficou a apenas 1 ponto de uma vaga na repescagem europeia, onde ainda precisaria vencer mais duas equipes para chegar à Copa do Mundo.

9. Omã
O melhor “novato” da Ásia quase descolou uma vaga na repescagem, ficando a 1 ponto da Austrália. Para chegar à Copa, porém, ainda precisaria vencer mais dois times: Emirados Árabes e Peru.
 

10. Albânia
Com uma campanha sólida, os albaneses perderam a vaga na repescagem europeia para a Polônia por apenas 2 pontos de diferença.


sexta-feira, 25 de março de 2022

Ranking histórico dos pilotos de Fórmula 1

Depois de uma das melhores temporadas da história, a Fórmula 1 está de volta, com grande entusiasmo trazido pelo novo regulamento. Aproveito o gancho para tentar responder a eterna pergunta: quais foram os maiores pilotos de todos os tempos?

Em termos de talento, a resposta é sempre subjetiva. Mas em termos de RESULTADOS, é possível montar um ranking objetivo. Muitas listas já foram feitas com base em vitórias ou no número de pontos conquistados. Mas, mesmo quando levam em conta as mudanças no regulamento, essas listas são falhas, pois o aumento de confiabilidade dos carros nas últimas décadas tornou possível alcançar feitos que eram impensáveis nos tempos antigos.

Para colocar todos os pilotos em pé de igualdade, lancei mão da mesma metodologia que uso em diversos rankings históricos de futebol. Em cada temporada, o campeão mundial ganha 100 pontos, o vice recebe 100/2, o terceiro 100/3 e assim sucessivamente, incluindo todos os pilotos que fizeram pelo menos 1 pontinho na temporada (incluir os que zeraram causaria distorções – sem falar que terminar o ano com 0 pontos até eu consigo).

Com esse critério, todos os títulos têm o mesmo valor, independentemente se foram conseguidos com grande folga ou na última volta da última corrida. O método também reconhece coadjuvantes de diversos níveis e faz um bom trabalho ao diferenciá-los dos grandes campeões.

Confira abaixo o ranking com os 30 maiores pilotos da história da Fórmula 1 (e todos os pilotos que pontuaram na última temporada):

Pos

Nome

Sobrenome

País

Pontos

1

Michael

Schumacher

Alemanha

984,6

2

Lewis

Hamilton

Reino Unido

965,0

3

Alain

Prost

França

696,7

4

Sebastian

Vettel

Alemanha

684,0

5

Juan Manuel

Fangio

Argentina

607,1

6

Fernando

Alonso

Espanha

539,4

7

Ayrton

Senna

Brasil

519,4

8

Nelson

Piquet

Brasil

510,8

9

Kimi

Raikkonen

Finlândia

493,5

10

Jackie

Stewart

Reino Unido

475,4

11

Niki

Lauda

Áustria

453,0

12

Jack

Brabham

Austrália

446,9

13

Graham

Hill

Reino Unido

441,7

14

Mika

Hakkinen

Finlândia

371,8

15

Jim

Clark

Reino Unido

369,2

16

Nigel

Mansell

Reino Unido

365,9

17

Emerson

Fittipaldi

Brasil

363,8

18

Jenson

Button

Reino Unido

343,6

19

Rubens

Barrichello

Brasil

340,9

20

David

Coulthard

Reino Unido

311,7

21

Stirling

Moss

Reino Unido

307,7

22

John

Surtees

Reino Unido

297,2

23

Nico

Rosberg

Alemanha

295,3

24

Danny

Hulme

Nova Zelândia

284,5

25

Alberto

Ascari

Itália

274,0

26

Damon

Hill

Reino Unido

266,7

27

Gerhard

Berger

Áustria

264,4

28

Jody

Scheckter

África do Sul

250,5

29

Felipe

Massa

Brasil

250,4

30

Valtteri

Bottas

Finlândia

250,0

34

Max

Verstappen

Holanda

236,7

49

Daniel

Ricciardo

Austrália

172,1

57

Sergio

Perez

México

147,5

74

Carlos

Sainz

Espanha

89,4

98

Charles

Leclerc

Mônaco

59,5

113

Pierre

Gasly

França

42,1

121

Esteban

Ocon

França

38,3

122

Lance

Stroll

Canadá

37,3

124

Lando

Norris

Reino Unido

36,9

206

Antonio

Giovinazzi

Itália

17,3

233

George

Russell

Reino Unido

12,2

275

Yuki

Tsunoda

Japão

7,1

295

Nicholas

Latifi

Canadá

5,9

 

O topo da tabela é indiscutível: por qualquer critério que se escolha, os resultados de Michael Schumacher e Lewis Hamilton estão muito acima que os de qualquer outro piloto. Mas a disputa entre os dois é acirradíssima – o alemão ainda é o líder (posição que ocupa desde 2003), mas será ultrapassado se Hamilton terminar esta temporada entre os 5 primeiros.

Em seguida, aparece o grande “vilão” dos brasileiros: Alain Prost. É complicado avaliar talento, mas em termos de resultados, é indiscutível que os do francês foram superiores aos de Ayrton Senna. E por falar no ídolo do Brasil, é interessante notar como a pontuação dele é muito próxima à de outro brasileiro menos elogiado – Nelson Piquet.

Ainda entre os brasileiros, destaque para Rubens Barrichello, que alcançou um feito que é a cara dele: em 19º no ranking geral, é o piloto com a melhor colocação entre aqueles que nunca foram campeões mundiais.

Abaixo, você pode conferir o ranking de todos os pilotos brasileiros, incluindo a posição que ocupam na lista geral:

Pos

Nome

Sobrenome

Pontos

7

Ayrton

Senna

519,4

8

Nelson

Piquet

510,8

17

Emerson

Fittipaldi

363,8

19

Rubens

Barrichello

340,9

29

Felipe

Massa

250,4

100

Carlos

Pace

54,2

146

Pedro

Diniz

26,8

156

Roberto

Moreno

24,8

182

Christian

Fittipaldi

19,9

187

Maurício

Gugelmin

19,5

221

Cristiano

da Matta

13,6

221

Felipe

Nasr

13,6

234

Bruno

Senna

11,8

240

Antonio

Pizzonia

11,2

258

Nelson

Piquet (jr)

8,3

275

Ricardo

Zonta

7,1

279

Wilson

Fittipaldi

6,7

310

Hermano

da Silva Ramos

5,3

340

Chico

Landi

4,0

342

Chico

Serra

3,8